1.
As notícias sobre o sector da saúde, da greve dos enfermeiros à falta de
medicamentos nas farmácias, não têm sido tranquilizadoras para os portugueses.
O mesmo acontece para cerca de 1,2 milhões de portugueses que integram o
subsistema de saúde dos funcionários públicos conhecido por ADSE.
Dados
oficiais (2016) dão conta de que dos cerca
de 1,2 milhões de beneficiários, 850 mil
são titulares no activo e aposentados e os restantes são familiares de
titulares, a quem se estendem os benefícios da ADSE.
“Dos
cerca de 1,2 milhões de beneficiários do subsistema, 900 mil (75%) recorreram ao
regime convencionado no ano passado (2018).”
Estas pessoas, quase um milhão, a não serem resolvidos os problemas entre a administração da ADSE e os hospitais e serviços de saúde privados "perdem num ápice 69 pontos de apoio médico em todo o território." (Convenções - ADSE perde acordo com 69 unidades de saúde)
A
ADSE é um subsistema de saúde pago com o dinheiro dos contribuintes que a
ele aderiram. O Estado apenas administra e deve gerir financeiramente de forma
racional as verbas que lhe são confiadas para a prestação de cuidados de saúde
aos seus contribuintes e beneficiários. Por isso, cabe-lhes resolver o assunto,
por mais conflituoso que seja, de forma racional e não fazer braços-de-ferro,
com base em ideologias conjunturais, que passam à medida que os governos se
desfazem ou os ministros desaparecem.
2.
Permitam-me uma nota pessoal. Há mais de 40 anos que desconto mensalmente para a
ADSE garantindo assim o direito à prestação de cuidados de saúde. Praticamente durante
a minha vida profissional nunca necessitei de utilizar os serviços de saúde
através deste subsistema. Porém, ultimamente e, devido aos problemas de saúde
que vão surgindo com a idade, tenho recorrido à prestação de cuidados de saúde através
da medicina convencionada, como a ADSE ou através de médicos privados com reembolso de parte das despesas efectuadas.
Por
várias razões, escolhi – e poder escolher já é uma grande vantagem - o Hospital
da Luz, em Lisboa para prestação desses cuidados.
Tenho
sido atendido de forma irrepreensível por todos os profissionais, administrativos, médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar.
Após
uma intervenção a que fui submetido, fiz questão de agradecer o tratamento que
me foi dado neste hospital e que mais uma vez aqui reitero. (Momentos)
3.
Como utente dos serviços de saúde convencionados peço aos políticos que não
brinquem com coisas sérias, como é o caso da saúde. Pouco interessa se a saúde é
ou não um negócio. É tanto um negócio como tudo o que o ser humano necessita
para viver, como a água a alimentação, todos os motivos básicos de preservação
e continuação da vida de que fala Maslow.
O
que é certo é que sendo ou não negócio, envolve
mais de 11 mil milhões de euros, sendo a terceira maior despesa do Orçamento de
Estado (2019), paga pelos nossos impostos.
As
despesas com a ADSE deixam de concorrer para aquele orçamento, o que só por si
já é uma enorme contribuição financeira para o Serviço Nacional de Saúde.
4.
Também tenho recorrido, em situações de urgência, ao Serviço Nacional de Saúde
(SNS) através do Hospital Amato Lusitano, e devo dizer que dentro dos condicionalismos que
todos conhecem, fui razoavelmente bem atendido, principalmente por parte das
equipas de trabalho que, mesmo desfalcadas, conseguem dar o seu melhor para os
doentes ultrapassarem o seu sofrimento.
5.
Parece-me que a possibilidade de escolher estes recursos, estatais, privados ou
sociais, pagos pelos nossos impostos ou pelos descontos para os diversos subsistemas
de saúde, podiam perfeitamente conjugar-se para um Sistema de Saúde de
qualidade que todos os portugueses merecem e pagam.
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