17/01/19

Esperança: Dar uma oportunidade à paz

 
 «O que me espanta, diz Deus, é a esperança. E disso não me canso»

"Ano novo, vida nova", desejo com maior significado para a vida de cada um de nós para este ano que começa e esperança de mudança serena e equilibrada apesar da nossa humana fragilidade.
Hoje queria deixar três notas aos nossos ouvintes:

1. A minha participação na Rádio Castelo Branco (RACAB) foi suspensa a partir de  Setembro passado devido a alguns problemas de saúde que não me permitiram as melhores condições físicas, e o tempo disponível, para continuar a dar a minha “Opinião” sobre questões da actualidade principalmente as relacionadas com a psicologia e a educação.

2. Joaquim Martins, colaborador  da RACAB durante vários anos, faleceu em Dezembro. A propósito, escrevi no facebook:“Um grande agradecimento por tudo o que era Joaquim Martins, como Director ou como Presidente do Conselho Pedagógico da Escola Afonso de Paiva. Tanto nos conselhos pedagógicos como nos projectos educativos em que, com colegas do ensino especial, participei como psicólogo escolar do SPO, tive sempre a aprovação, o apoio e a sua compreensão. Vários anos, no painel "Opinião" da RACAB, à quarta-feira, e em que eu colaboro à quinta-feira, mesmo na diversidade de opiniões, mostraram-me o ser humano extraordinário que era Joaquim Martins. Obrigado e até sempre”

3. Todos os anos, a grande maioria dos portugueses vive  esta tradição do Natal e Ano Novo cada um à sua maneira. No entanto, este é um tempo com razões de sobra para reflexão de todos.
Em 1 de Janeiro, celebramos a paz mesmo que a guerra continue em muitos locais aumentando a desconfiança entre povos e  falta de esperança para muitas pessoas.
De facto, em 1 de Janeiro de 2019, foi comemorado  o 52º Dia Mundial da Paz que foi iniciado por Paulo VI em 1968. A propósito deste Dia Mundial da Paz  o Papa Francisco (mensagem de 8 de Dezembro de 2018) recorda-nos que "a boa política está ao serviço da paz".
Particularmente curiosa é a referência a Charles Péguy para quem a paz se parece com a esperança, é como uma flor frágil, que procura desabrochar por entre as pedras da violência.
Na verdade, escreve Péguy:  «O que me espanta, diz Deus, é a esperança./ E disso não me canso./ Essa pequena esperança que parece não ser nada./ Essa esperança menina./ Imortal.»
E a mensagem de Francisco continua: "Como sabemos, a busca do poder a todo o custo leva a abusos e injustiças. A política é um meio fundamental para construir a cidadania e as obras do homem, mas, quando aqueles que a exercem não a vivem como serviço à colectividade humana, pode tornar-se instrumento de opressão, marginalização e até destruição."
Recorda-nos as «bem-aventuranças do político», propostas pelo Cardeal vietnamita Francisco Xavier Nguyen Van Thuan, falecido em 2002:
Bem-aventurado o político que tem uma alta noção e uma profunda consciência do seu papel.
Bem-aventurado o político de cuja pessoa irradia a credibilidade.
Bem-aventurado o político que trabalha para o bem comum e não para os próprios interesses.
Bem-aventurado o político que permanece fielmente coerente.
Bem-aventurado o político que realiza a unidade.
Bem-aventurado o político que está comprometido na realização duma mudança radical.
Bem-aventurado o político que sabe escutar.
Bem-aventurado o político que não tem medo.
Cada renovação nos cargos eletivos, cada período eleitoral, cada etapa da vida pública constitui uma oportunidade para voltar à fonte e às referências que inspiram a justiça e o direito. Duma coisa temos a certeza: a boa política está ao serviço da paz; respeita e promove os direitos humanos fundamentais, que são igualmente deveres recíprocos, para que se teça um vínculo de confiança e gratidão entre as gerações do presente e as futuras."
 
Em 2019, vai haver eleições. Ou seja, vai haver mais uma oportunidade e esperança para a justiça, a paz e os direitos humanos.

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