16/02/17

Logoterapia: A vida tem sentido


A relação paciente-terapeuta é de extrema importância no trabalho psicológico, na psicoterapia. “Esta relação entre as duas pessoas é o aspecto mais significativo do processo terapêutico, um factor mais importante que qualquer método ou técnica . ("Instrumentos y técnicas de logoterapia")
Assim acontece em várias abordagens psicológicas, como nas três escolas de psicoterapia austríacas: a psicanálise de S. Freud, a psicologia individual de A. Adler e a logoterapia de V. Frankl.
"Para a Logoterapia, a busca de sentido na vida da pessoa é a principal força motivadora no ser humano... a é considerada e desenhada como terapia centrada no sentido. Vê o homem como um ser orientado para o sentido". (Frankl). De facto, o homem sempre procurou dar um sentido à sua vida, à sua existência e ao seu sofrimento.


A falta de sentido significa o vazio existencial, ter que viver a vida como se fosse um absurdo, como defendem alguns filósofos.
O niilismo existencial, por outro lado, argumenta que a vida não tem sentido objectivo, propósito ou valor intrínseco… para o niilismo existencial um único ser humano ou mesmo toda a espécie humana é insignificante, sem propósito e irrisória a ponto de não mudar em nada a totalidade da existência. Dada esta circunstância, a própria existência — toda a acção, o sofrimento e sentimento — é, em última instância, sem sentido e vazia. 
Pelo contrário, esse sentido da vida, começa muito cedo. E essa perspectiva de existir com sentido, coloca-nos num futuro onde sabemos que se situam os nossos interesses, enquanto motivação, e aquilo que podemos fazer por nós e pelos outros.
Claro que se coloca com mais acuidade em determinados momentos da vida, como quando temos que fazer face a situações de crise, desde a escolha de um curso, uma profissão ou a perda de um familiar. Estas escolhas, ou decisões, motivam para a vida e dão sentido às nossas actividades.

No momento em que se discute a eutanásia, a informação e o debate sinceros são necessários, apesar da complexidade do tema.
A psicologia, na relação psicólogo-paciente, oferece-nos esta possibilidade de procurar um sentido, uma intervenção onde se poderão encontrar perspectivas para uma resposta a um problema ético tão crucial.
A experiência de V. Frankl, nas circunstâncias mais adversas da vida, onde o sofrimento atingia as formas mais deshumas de existência, mostra que é possível dar um sentido à vida e ao sofrimento.
“O sentido é algo que não inventamos mas sim que descobrimos e devemos ser nós próprios a encontrá-lo”… “O ser humano, diz-nos V. Frankl, tem dois potentes recursos psicológicos que lhe permitem suportar as situações mais dolorosas e seguir em frente: a capacidade de decisão e a liberdade de atitude”. “Não estamos à mercê do nosso ambiente nem dos acontecimentos, pois somos nós que decidimos como deixamos que nos moldem.” (O livro da psicologia, Marcador, DK, p.140)
Assim, a vida tem sentido até ao fim.

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