21/12/16

Milagre do Natal

O Natal é uma época festiva com grande expressão para a família. Sendo diferente do passado na sua estrutura, nas suas funções, nem tudo gira à volta dela como então, a família, actualmente, é feita sobretudo da partilha de sentimentos e emoções, de laços que ligam as várias gerações, mesmo que a presença física dos seus elementos nem sempre aconteça. 
Para as crianças continua a ser o tempo de magia que sempre foi. Um tempo carregado de símbolos, onde se reforçam os laços de pertença, se sente a segurança de “tomar conta” em relação aos mais frágeis como as crianças ou os mais velhos. 
Apesar de em muitos locais continuar a haver guerra, insegurança e incerteza, problemas nas famílias – não há famílias perfeitas nem famílias sem problemas - as condições económicas e sociais melhoraram significativamente. 
A nível da saúde  e educação houve melhorias enormes em relação ao passado. A esperança de vida aumentou de tal forma que hoje se encontram ainda vivas, em muitas famílias, várias gerações. “Há apenas duzentos anos, a esperança de vida no mundo ocidental era de cerca de trinta anos” (Bruno Bettelheim, Bons Pais - o sucesso na educação dos filhos, p.516 ) O mito de que “antigamente era tudo muito melhor” não corresponde à realidade. A vida das famílias era bem mais dura do que é hoje. 

Por outro lado, a família teve que se adaptar à mudança das condições sociais, obrigando-a a um esforço maior no cuidado a dispensar aos seus vários elementos. 
Creio que foi nesse sentido, que o Papa Francisco pediu que “esta alegria (do Natal) deve ser partilhada com todos, mas de modo especial com os avós. Conversem muito com os vossos avós, também eles têm esta alegria contagiosa”, 
Pediu que os mais jovens saibam ouvir os idosos, que têm a “memória da história, a experiência da vida. Mas “Eles também precisam de vos ouvir, de entender as vossas aspirações e esperanças. Portanto, eis o trabalho de casa: conversar com os avós, ouvir os avós.” (Recepção no Vaticano a jovens da Acção Católica Italiana, em 19 dez 2016

Esta visão questiona alguns mitos como o de que “os pais educam e os avós estragam”. Claro que há excepções, mas os avós podem ajudar a estabelecer algum equilíbrio na família face à vida activa e agitada dos pais, aos seus padrões educativos muito exigentes ou demasiado laxistas. 
Os avós podem sentir-se úteis ao colaborarem na educação dos filhos. Este papel dos avós na educação e transmissão cultural ganha assim um relevo insubstituível nas interacções familiares. 
Em troca, eles apenas ficam reconhecidos pelo milagre da vida que continua nos filhos dos seus filhos: 

"Quando se olham os seus olhos, quando se escuta a sua voz 
É mais linda a manhã, alumia mais o sol 
Quando nos brindam com o seu sorriso quando nos dão a sua candura 
Jorra uma nascente de água fresca no coração 
Eles são o tesouro, eles são a alegria 
É por eles que a vida se torna mais doce, se vive melhor 

Os filhos são a bênção, o milagre do nosso amor 
ensinam-nos como amar, como abrir o nosso coração. 
são a essência do lar, um presente de Deus 

Eles são a esperança, eles são a ilusão 

Seu olhar sereno, a sua inocente verdade 
é um calor que enche de alegria a solidão 
Mensageiros da alma, semeadores de paz 
de um amanhã cheio de respeito e de liberdade."



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