20/05/15

Jovens adultos

Em 2012, o presidente Cavaco Silva lançou a iniciativa “Roteiros do futuro” tendo como preocupação pensar nas novas gerações e prepará-las para o futuro.
Os roteiros do futuro focalizam preocupações e problemas actuais do país: "Nascer em Portugal" sobre demografia, fecundidade e natalidade;  “Portugal na Balança da Europa e do Mundo”;  Para uma "Economia Dinâmica". O 4º roteiro, extremamente actual, sobre "Portugal e os Jovens - Novos Rumos, Outra Esperança", explorou os temas sobre participação política, emprego, lazer e cultura e mobilidade. 

A base da reflexão foi um estudo sobre jovens portugueses, num total de 1612 entrevistas a indivíduos com 15 anos e mais. 
Vou referir apenas algumas das conclusões principais do Relatório no que se refere à população jovem:
- As taxas de desemprego atingiram cerca de 1/3 da população jovem entre 15-24 anos, situação que arrisca tornar-se estrutural, considerando que mais de 50% dos jovens adultos desempregados entre 25-34 anos já se encontra nessa situação há mais de um ano.
- A maioria dos portugueses considera que a principal causa do desemprego juvenil é haver “cada vez menos empregos para quem está a entrar no mercado de trabalho”. 
- O valor da “estabilidade” e “segurança” no domínio do trabalho continuam a ser as orientações dominantes entre os mais jovens. 
Sobre a mobilidade estudantil e laboral, as novas gerações mais escolarizadas apresentam valores mais elevados de mobilidade estudantil internacional a nível do ensino superior. 
Atitudes perante a política: Os jovens estão acima da média nacional no que diz respeito à satisfação com a democracia, mas também são aqueles que menos procuram notícias sobre política, menos pertencem a partidos, participam pouco em associações cívicas (com excepção de grupos desportivos e associações juvenis e estudantis), e envolvem-se pouco em actividades cívicas e políticas. Quanto à identificação partidária, menos de um terço dos jovens afirma ter simpatia por um partido. 
- As actividades culturais e de lazer são mais praticadas pelos jovens... 
- A prática de actividades culturais e de lazer é em larga medida definida pelas condições culturais e socioeconómicas dos indivíduos. 

Estes indicadores não nos deixam descansados e Cavaco Silva considera: 
. os jovens precisam de “respostas concretas” e não de “meras palavras” para resolver os seus problemas;
.“Portugal não pode desperdiçar o imenso capital humano dos seus jovens”, e que “É essencial criarmos condições para atrair aqueles que, por diversos motivos, optaram por fixar-se no estrangeiro”;
. “é agora, em que os laços com o seu país ainda se mantêm vivos, que devemos fazer um esforço acrescido” para que regressem;
. se nada for feito, “o país perderá duplamente: por um lado, perde o investimento feito na formação de uma geração de excelência; por outro lado, perde o contributo desses jovens para, com o seu talento e a sua iniciativa, ajudarem Portugal a regressar a uma trajectória sustentável de crescimento económico e de criação de emprego e riqueza”;
. apesar de ser a geração “mais qualificada” de sempre, é também aquela que enfrenta os “grandes desafios": “Os jovens do nosso tempo terão de lidar com a incerteza de uma forma que não conhecemos no passado;
. mostrou-se ainda preocupado com “o actual estado de afastamento da juventude portuguesa em relação à vida colectiva do seu país”;

Os avisos estão feitos. Por isso não vale a pena fingir que não há interveção presidencial. Só por distracção, má vontade ou má fé.
É urgente tomar medidas em relação ao emprego dos jovens mas em particular merece cuidado especial o grupo dos jovens adultos, dos 25 aos 34 anos.

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