11/03/15

Informação

Símbolo da informação Foto de Stock

Com a chegada dos novos media, a informação mudou substancialmente. Temos informações sobre os acontecimentos do mundo, na hora e em directo.
De tal forma é assim que temos dificuldade em apreender tudo o que se passa à nossa volta.
As ditaduras e os regimes totalitários utilizam estas novas formas de informação. Nesses regimes a informação é dominada pelo estado e os cidadãos são informados daquilo que o estado quer. É por isso que a internet não é livre nesses ambientes ou, praticamente, não existe.
O terrorismo sabe disso e uma das armas que utiliza é a divulgação de vídeos na net que tem como objectivo fundamental espalharem o terror e o medo.
Os regimes democráticos ficam expostos à possibilidade de exploração da informação para usos inadequados colocando em causa a liberdade de informação.
Como por exemplo a retirada de circulação de documentos técnicos com dados que poderiam fornecer pistas a terroristas para a produção de armas biológicas e químicas.
Na Europa, houve necessidade de fazer alterações ao Sistema de Informação Schengen. Com a possibilidade e trocas mais rápidas de informação entre Estados-membros e a apreensão dos documentos de suspeitos de terrorismo.
Surgem os sites tipo wikileaks (Julian Assange) que despejam informação secreta de vários países a nível de redes de informações, de estados que espiam outros estados (NSA, E. Snowden), de indivíduos que fogem aos impostos ou que lavam dinheiro (Swissleaks).

Excesso de informação ou informação deturpada*, seja como for, estamos sujeitos ao poder da informação que nos faz pensar, sofrer, desprezar, odiar…
Nos regimes democráticos continuamos a acreditar na informação que obedece à liberdade dos critérios jornalísticos. Mas o cidadão continua com fragilidades na compreensão de tanta informação sem saber aquilo que é relevante ou não, verdadeiro ou falso.
O jornalista J.L.Servan-Schneider descrevia esta grelha de análise (Psychologies, nº 229, Abril 2004, “l’info, notre intox”) que resumo a seguir:
A informação útil, a que pode ter consequências na nossa vida pessoal: descobertas médicas, instalação de um novo radar rodoviário, anúncio de uma greve de transportes. 
A informação espelho, que põe em jogo pessoas como nós mergulhadas em acontecimentos fora do normal: avalanche destruidora, desaparecimento de crianças, poluição marítima. Esta informação é inquietante porque nos lembra que o perigo nos rodeia mas a maior parte do tempo ela tranquiliza-nos, hipocritamente, porque ao menos desta vez não é a nós que nos acontece.
A informação espectáculo, que triunfa com os grandes acontecimentos organizados: jogo de futebol decisivo, jogos do mundial ou do Europeu, casamentos de celebridades, noites de entregas de troféus, óscares… 
A informação acontecimento, que nos oferece um momento único, impressionante e decisivo, como a queda das torres gémeas do World Trade Center, o famoso 11 de Setembro, da queda do muro de Berlim ou da estátua de Saddam.
Enfim, a informação emoção, que é simultaneamente imprevista e sem consequência directa na nossa vida mas turbulenta: é evidentemente a notícia de alguém de quem gostamos que nos reenvia pequenas nostalgias pessoais.

A selecção da informação é uma necessidade no nosso tempo. Mas essa selecção deve ser feita por cada um de nós.
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* Por exemplo, a informação sobre alterações climáticas, (aqui  e aqui); as encenações fotográficas ...

(15-3-2015)
Perigo! Infoxicação!

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