18/02/10

Educar na era digital: o currículo do futuro

               
Vivemos na era digital, no tempo da sociedade do conhecimento e da informação. No entanto, outras pessoas vivem no tempo da sociedade industrial e outras no das sociedades agrícolas.
As taxas de desemprego aumentam praticamente em todo o mundo, mas, por outro lado, as empresas apresentam, cada vez mais, uma carência de mão-de-obra especializada.
O sistema educativo e de formação não estão capacitadas para formar profissionais com o perfil necessário para responder a essas carências.
As grandes empresas, multinacionais, marcam a economia actual, e no futuro, poderão tomar-se ainda mais poderosas. Em contrapartida, as microempresas e as profissões liberais, assumirão um papel cada vez mais preponderante, sendo de destacar uma cada vez maior especialização.
As empresas mais flexíveis, mais rápidas a decidir e a inovar, vão requerer técnicos altamente especializados.
No que se refere às saídas profissionais, diversos estudos apontam para o desaparecimento de muitas actividades. Novas profissões, entretanto, serão criados nas universidades.
O ensino actual passa por profundas modificações. A escola oriunda da era industrial será ultrapassada por novos modelos alternativos, mais eficazes e criativos.
Segundo Alvin Toffler, essa transformação passará por procurar os objectivos e os métodos no futuro e não no passado:
- transformar a estrutura organizacional do ensino,
- revolucionar o seu curriculum,
- ter em conta não apenas os dados, a informação, muitas vezes excessiva mas as aptidões, isto é, a capacidade para a processar e fazer escolhas,
- uma estratégia de futuridade em que cada aluno se pode perspectivar no futuro.
A escola terá que se tranformar , tal como os pofessores e os alunos. Mas essta transformação passa pelo currículo.
Os professores têm de aprender a ver cada aluno como um todo singular onde se escondem, por vezes, potencialidades que podem aparecer em áreas curriculares diferentes do currículo nacional ou tradicional.
Como estamos então a adaptar a escola a esta realidade ? A criação do secundário obrigatório poderá ser uma resposta.
Parece-me fácil ser a favor do ensino secundário para todos, embora haja tantas perguntas a fazer, como por exemplo, quanto vai custar, há orçamento para pagar professores e as bolsas de estudo dos alunos, é a melhor oportunidade para o seu lançamento, como vão ser integrados os alunos com NEE quando sabemos que os alunos já têm tanta dificuldade no básico ?
Surgem vozes que sempre existiram, aliás, contra a escola inclusiva até mesmo no ensino básico...
Mas o caminho é o da escola para todos na perspectiva da escola para cada aluno como um todo singular.
A questão está na transformação de um currículo tradicional num currículo da era digital o que vai permitir não só mais educação mas também melhor educação, e educação que responde às necessidades do futuro mas também já às do presente.. E é absolutamente urgente que a escola se adapte a uma educação para cada aluno na era digital.

(Toffler, A. (1970), Choque do Futuro, Lisboa: Edição Livros do Brasil)

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