18/02/10

Educar na era digital: As metas educativas e a diversidade na sala de aula


Vai ser feito um estudo para definir para cada ano e tipo de ensino as metas de aprendizagem que os alunos devem atingir, de modo a que fique definido o que os alunos têm de saber, que competências têm de demonstrar no final de cada ano de escolaridade em relação a cada disciplina.
A ideia central é transformar os programas das diversas disciplinas, que estão agora organizados por conteúdos e temas em metas de aprendizagem tendo em consideração o objectivo do ciclo de estudos. (1)
É interessante concluirmos que não sabemos, hoje, o que os alunos devem aprender em cada ano de escolaridade.
Reconhecê-lo já é de grande mérito.
Mas o desafio é enorme se quisermos propor metas a atingir, tendo em conta a diversidade de alunos na sala de aula e elevados padrões de realização educativa.
O meu entusiasmo com esta situação vem do facto de, finalmente, estarmos a falar do núcleo da educação. Isto é, estamos a falar da sala de aula e do essencial do currículo.
As mudanças culturais, educacionais e jurídicas alteraram significativamente a composição dos alunos na sala de aula do ensino regular.
A sala de aula típica de hoje pode incluir alunos cuja língua materna não é português; alunos que não lêem ao nível de leitura do seu ano de escolaridade, alunos com problemas comportamentais, de atenção e de motivação; estudantes de variadas formações culturais; e os alunos com precocidade excepcional ou sobredotados. Além disso, existem os alunos com necessidades especiais, tais como a visão limitada, deficiência motora, dificuldades emocionais, da fala e linguagem e dificuldades de aprendizagem.
Então como estabelecer metas?
O cérebro era visto numa perspectiva unidimensional da aprendizagem e da inteligência. Em contraste, hoje falamos de inteligências múltiplas e dos alunos que têm capacidades de aprendizagem multifacetadas, e que uma deficiência ou desafio numa área pode ser contrariado pela extraordinária capacidade noutra área.
Por exemplo, uma pessoa que tem défice de aprendizagem num conteúdo baseado num texto pode ser extraordinariamente qualificado num ambiente baseado em gráficos ou vídeo.
Os avanços tecnológicos, computadores e meios digitais, dotaram os educadores com novos recursos didácticos. As novas tecnologias oferecem uma oportunidade de responder às diferenças individuais multifacetadas da população estudantil, fornecendo meios mais variados, ferramentas e métodos.
Devido à sua flexibilidade, as tecnologias digitais podem ajustar-se às diferenças dos alunos, permitindo aos professores diferenciar um aluno estabelecendo os pontos fortes, os interesses e as barreiras que podem ser bloqueados pelo uso exclusivo do texto impresso.
A legislação promove a inclusão dos alunos tendo como base o currículo comum. As adequações curriculares, tendo como base a diferenciação pedagógica suportada pelas ferramentas da era digital, indicam a possibilidade de participação e progresso dentro do currículo geral e então poderemos melhorar os resultados de todos os alunos não só dos que apresentam necessidades especiais mas de todos os que em qualquer momento têm dificuldades.
(1) Ver aqui

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