01/08/09

Mentir, mentir, mentir…

Ao longo da nossa vida temos encontrado pessoas que mentem.
Algumas mentem por algum constrangimento ou medo.
Algumas não o fazem com grande frequência e também não prejudicam ninguém.
Muitas vezes acontece com familiares e amigos e também aí não temos grandes problemas.
Mas às vezes, encontramos pessoas que mentem constantemente. Pessoas que mentem de forma compulsiva e não têm uma razão aparente para fazê-lo, são conhecidas como mentirosos patológicos.
Será que para se ser político tem que se ser mentiroso ? Um político que fale verdade poderá alguma vez ganhar eleições ?
Não somos nós que gostamos que nos enganem ? E votamos exactamente em quem nos engana ?
Às vezes por detrás de qualquer mentira, há uma intensa necessidade de ser aceite e amado. Veja-se o caso da mentira amorosa em que se promete tudo ao amado ou à amada só porque se tem necessidade de afecto.
Chegamos mesmo a enganar o espelho e fazemos uma plástica para que, não aprovando o que vemos, nos possamos sentir admirados.
Mas muitos mentirosos, patológicos, não ficam contentes apenas em dizer mentiras. Eles vão um pouco mais além. Transformam as suas vidas numa mentira.
Chega a haver situações, em que o indivíduo adopta uma identidade completamente diferente daquela que realmente possui.
Um terço dos mentirosos patológicos adopta identidades falsas, mentem sobre a idade, mentem sobre a sua profissão, sobre os seus familiares fingindo que descendem de famílias importantes.
Os mentirosos patológicos são as pessoas mais atraentes que podemos conhecer.
São especialistas no engano e na fraude e não demonstram emoções ou ficam perturbados quando mentem.
Mas quais são as origens da mentira ? O que leva as pessoas a mentir ?
Tudo começa na nossa infância. Pode acontecer que essas pessoas ficaram com receio de serem abandonadas pelos pais, muitas vezes instáveis.
Podem ser pessoas que passaram por situações de abuso em que foram envergonhadas e submetidas a vexames muito grandes.
Muitas delas, começaram a mentir como forma de se protegerem das ameaças e da culpa.
Por outro lado, a mentira é aprendida. E se é aprendida, é aprendida com alguém. Desde logo, esse tipo de mentirosos nasce e cresce em famílias onde são vítimas de uma infinidade de decepções, mentiras e fraudes.
A modelagem a que ficam sujeitos vai modificar os seus comportamentos. Para lidar com a realidade dura da sua vida, começaram a utilizar um mundo mágico de fantasias, ou seja, um mundo de negações.
Outros mentirosos cresceram com uma auto-imagem miserável e a mentira é uma forma de fortalecerem a sua auto-imagem contando histórias grandiosas que servem como compensação para as suas dificuldades.
E temos muitas vezes, na criança, o mitómano, e nos adultos, o impostor que se faz passar por quem não é e por aquilo que nunca foi.
A mentira é um comportamento autodestrutivo porque, ao mentir, o sujeito nega-se a enfrentar as suas dificuldades e assim, vai perpetuá-las.
Além disso, a verdade vem sempre ao de cima, mesmo que isso leve muito tempo a acontecer.
Mas acontece. Pelo menos vai ser verdade para o próprio mentiroso.

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