24/08/09

Que mil Santana Lopes floresçam...

Para uma Lisboa com Sentido, continua a fazer sentido o que o Prof. Amaral Dias escreveu:
“A nosso ver, os protagonistas, sendo raros, não deixarão de ser exemplares. Santana Lopes é indiscutivelmente um deles. Mas, sobretudo, pelo seu carácter antifóbico, visível na capacidade para o risco, o que o torna mais apto às decisões criativas e inovadoras. Essa capacidade numa Lisboa sempre sequiosa de ser como o mar ali vizinho, sempre igual e sempre diferente, desde que balizada, poderá oferecer para os mais chocantes problemas (toxicodependência, Sida, violência social, políticas para os sem-abrigo, etc.) soluções verdadeiramente desburocratizadas, inovadoras e criativas, com o mesmo afinco para o que poderão parecer problemas menos chocantes, nomeadamente culturalizar, no sentido verdadeiramente popular, a cidade. A subjacência de Eros, que faz a filigrana do seu discurso, deve ofuscar sadiamente o cinzentismo que faz a política nacional, da qual utilizei deliberadamente na primeira parte do texto, o que pode parecer paradoxal mas não é, um dos mais inteligentes políticos portugueses da actualidade.
Mas o que o Portugal de hoje precisa é que «mil Santana Lopes vindos de todos os quadrantes floresçam» para que a diferença mil vezes floresça.”[1]

[1] “Ó Lopes empresta o lápis…” in Carlos Amaral Dias (2003), Um psicanalista no Expresso do Ocidente, Temas e Debates – Actividades Editoriais, Lda , pags 198-200.

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