14/12/23

Tempo de Natal. Tempo de Paz.

José Pádua - Natal

A época de Natal é também a época em que desejamos paz para nós próprios e para os outros, a começar por aqueles que nos são mais próximos.
Mas como se pode ter paz num mundo que vive quase sempre em conflito e em guerra?
Será que a educação pode ajudar a criar um futuro de paz? Podemos melhorar os nossos comportamentos através de programas de prevenção e de educação para a paz? Não será esperar demasiado da escola ?  
Afinal, a agressividade faz parte do ser humano mas a bondade também, dependendo do desenvolvimento psicológico durante a nossa infância, o desenvolvimento do bom objecto interno.

Vale a pena ainda uma derradeira esperança de que o desenvolvimento psicológico seja no sentido da paz se pudermos escolher viver numa cultura de paz onde a educação para a paz faça parte da vida das pessoas e do currículo das escolas.

Em 1963, João XXIII surpreendeu o mundo com a publicação da encíclica Paz na terra, dois anos após a construção do Muro de Berlim e alguns meses depois da Crise dos Mísseis em Cuba. A conjuntura era a da Guerra Fria e da proliferação nuclear. João XXIII defende que "os conflitos entre as nações devem ser resolvidas com negociações e não com armas, e na confiança mútua (nº. 113)". Para ele, "a Paz entre os povos exige: a verdade como fundamento, a justiça como norma, o amor como motor, a liberdade como clima". (Wikipédia)
Em 1974, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), elaborou um documento sobre a paz: “Recomendação sobre a educação para a compreensão, a cooperação e a paz internacionais e sobre a educação relativa aos direitos do homem e às liberdades fundamentais”
No ponto 6 refere: “A educação deverá acentuar a inadmissibilidade do recurso à guerra de expansão, de agressão e de dominação, à força e violência repressiva e levar cada pessoa a compreender e a assumir as responsabilidades que lhe incumbem na manutenção da paz.“

A realidade, porém, mostra que os progressos da humanidade no caminho da paz são insatisfatórios, verificando-se mesmo retrocessos, como os actuais. Assistimos às mais brutais formas de guerra com utilização de meios tecnológicos cada vez mais sofisticados, utilização de reféns, de crianças, mulheres e idosos, destruição e infraestruturas de água, electricidade, gás, hospitais, escolas...
Sabemos que comportamento gera comportamento, mais guerra gera mais ódio e, pelos vistos, o homem tem dificuldade em aprender este princípio elementar. 

À nossa medida, o que podemos fazer para ajudar a construir a paz? *
- Tudo o que fizermos que seja no sentido da paz. 
- Estarmos em paz connosco, sendo “modelos de comportamento” particularmente para as crianças e jovens. 
- Defender e respeitar os valores que fazem parte dos Direitos Humanos. 

No meio destes desastres que estão a acontecer, a paz pode assim começar em cada um de nós se eu me sentir em paz comigo e se me comportar como pacífico.



Um bom Natal com muita paz.


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"CONVERSAR SOBRE A PAZ - Como, todos e todas, podemos ajudar a construir a Paz?" Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP).

 

 



Rádio Castelo Branco



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