12/10/23

Para um pouco de paz...



Voltamos a fazer a pergunta: "Porquê a guerra?", que qualquer ser humano poderá fazer perante a tragédia das guerras que estamos a viver, mesmo de longe, e que nos vão deixando mais frágeis na nossa saúde psicológica e bem-estar.

Segundo a Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP)*: A guerra afecta-nos a todos directa ou indirectamente. O horror da violência, do desrespeito pela dignidade e pelos direitos humanos, tem um impacto destruidor em muitas vidas e comunidades, gera sofrimento nas pessoas e nas famílias...
Todos reagimos de forma diferente a estes acontecimentos perturbadores e cada um de nós tem capacidades e formas diferentes de lidar com emoções e sentimentos desagradáveis. 
Algumas pessoas conseguirão mais rapidamente sentir maior controlo das suas emoções, outras demorarão mais tempo. Algumas pessoas conseguirão fazê-lo sozinhas, outras precisarão de ajuda. 

Ambas as reacções são respostas comuns à situação de crise que vivemos:
- É natural que nos sintamos “em choque”, que tenhamos uma sensação de “descrença” face ao que está a acontecer. Podemos ficar apáticos e “emocionalmente entorpecidos” com esta situação. 
- É natural que nos sintamos preocupados, ansiosos, stressados, assustados, angustiados, tristes, com medo. E também irritados, zangados, impotentes. Também podemos sentir dificuldade em concentrarmo-nos, em tomar decisões ou em dormir. 
- É natural que tenhamos receios e dúvidas acerca do futuro (Quanto tempo vai durar a Guerra? O que vai acontecer? Que consequências terá?). 

Apesar destas reacções e dificuldades que podemos sentir, 
- Também podemos adaptar-nos, podemos contribuir com aquilo que está ao nosso alcance: 
- Podemos aceitar as nossas emoções e sentimentos. É totalmente natural sentirmos muitas emoções e sentimentos diferentes. É perfeitamente razoável chorar, se sentirmos vontade de o fazer 
- Podemos utilizar estratégias de gestão da ansiedade e do stresse. 
- Limitar a nossa exposição a notícias. Não passar o dia a ver e ouvir as notícias e os telejornais...
- Consultar fontes credíveis de informação e combater a desinformação. Demasiada informação não é sinónimo de informação útil ou até, por vezes, factual e verdadeira. É importante consultar apenas fontes de informação credíveis e actualizadas e não ler apenas títulos ou rodapés...
- Evitar estereótipos. Ser ofensivo ou emitir juízos de valor sobre pessoas, comunidades são uma forma de aumentar a violência e favorecer a discriminação e a exclusão social. 
- Evitar pensamentos “catastróficos”. É preferível viver no presente, um dia de cada vez. Procurarmos ser flexíveis e criativos, adaptando-nos, às mudanças e desafios que esta situação de incerteza nos coloca. 
- Falar com familiares e amigos e reforçar as nossas relações. 
- Continuar a desenvolver a nossa vida como habitualmente.
- Desenvolver a nossa resiliência. 
- Manter as rotinas.
- Realizar actividades de lazer. 
- Investir no autocuidado. 
- Alimentar a esperança. 
- Apoiar e contribuir para ajudar quem está a sofrer mais com esta situação.
- Procurar ajuda médica ou psicológica, se necessário.

E, finalmente, podemos ter algum cuidado com as crianças explicando o que está a acontecer de forma que entendam a desgraça da guerra mas sem criar situações de ansiedade.


Até para a semana, com muita paz.

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Rádio Castelo Branco





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