17/06/21

Quanto mais conheço as pessoas mais gosto... de pessoas




Provavelmente, já ouvimos alguém  dizer : “quanto mais conheço as pessoas mais gosto de animais".  A ser verdade, por que será assim?

Em 12 regras para a vida, Jordan Peterson diz na regra 2: "Cuide de si como cuida  daqueles que dependem de si."

“Imagine que um medicamento é receitado a 100 pessoas.... Um terço dessas pessoas não avia a receita, metade dos restantes 67 vão à farmácia mas não tomarão o medicamento de forma indicada. Não tomam todas as doses. Deixam de tomar os comprimidos antes do tempo. Pode ser que nem abram a caixa.”(p. 57) Isto acontece mesmo em situações em que há doenças graves, embora  existam outros factores. (p. 58).

Mas, de forma incrível,  as pessoas, em média preocupam-se mais com o seu animal quando está doente: têm mais cuidado em aviar a receita e administrar o medicamento ao animal, mais do que a si mesmas. (p. 59)


Tudo começou há muito tempo, provavelmente no jardim do Éden quando Adão e Eva descobriram o bem e o mal. (p. 84) 

Ao descobrimos a nossa nudez, descobrimos também  a nudez dos outros e como podem ser explorados. Podemos ser os piores inimigos dos outros e sermos cruéis para eles a ponto de fazermos pior aos outros do que fazem os predadores no reino animal.

Os seres humanos têm uma enorme capacidade para fazer o mal. (pag 85) Tendo em conta a enorme capacidade do homem para as acções malévolas não seria de estranhar que tivéssemos dificuldade de tomar conta de nós e de acreditar na humanidade.

Esta maldade  vai-se repetindo ao longo da história.  Porém, o mundo já foi muito mais violento do que actualmente apesar de assistirmos ao desmoronamento de impérios e à reconstituição, ou tentativas,  de outros.

De facto, há dois mil anos as pessoas eram muito mais bárbaras do que actualmente, os sacrifícios humanos eram comuns, a história da infância, mostra-nos como hoje é insuportável a violência contra as crianças.


Se quisermos cuidar de nós de forma apropriada, em primeiro lugar, temos de respeitar-nos. 

Em segundo lugar, compreender que é fácil acreditar que as pessoas são arrogantes, egoístas, só se preocupam consigo... quando o que acontece, na realidade, é que muitas pessoas vivem hoje vidas extremamente complicadas. Como diz Jordan Peterson, “carregam fardos intoleráveis de repulsa por si mesmas  e desprezo e vergonha e autoconsciência.” ... “Parece que muitas vezes as pessoas não acreditam realmente que merecem os melhores cuidados.” (p. 90)

Na nossa cultura, dizem-nos “sacrifica-te pelos outros”. Sim, mas sacrificarmo-nos ao serviço dos outros não é vitimizarmo-nos ao serviço dos outros

Sacrificarmo-nos pelos outros não significa sofrer em silêncio e voluntariamente quando exigem de nós muito para além daquilo que é oferecido em troca. “Nada existe de virtuoso em sermos vitimizados por um agressor, mesmo que esse agressor sejamos nós.” (p. 91)

Cuidarmos de nós significa respeito por nós e pelos outros. Afinal, para termos a qualidade de vida actual, apesar das dificuldades que suportamos, foi e é necessário o contributo, o milagre quotidiano, de tantas pessoas extraordinárias...



Até para a semana.

 

 

 







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