26/06/20

O homem e a Natureza



"A sobrevivência de qualquer espécie depende da capacidade de essa espécie se adaptar ao meio. O homem é como qualquer outra espécie, na medida em que tem tido de se adaptar ao mundo em que nasceu." (A. Szent-Gyorgyi)
Como já a aconteceu antes, provavelmente estamos a passar por um novo período histórico "turbulento" que, pelas suas características de mudança profunda, necessita dessa adaptação de uma forma mais dramática.


Por vezes, sentimo-nos cansados, fartos, infelizes, desajustados, desiludidos, com os acontecimentos que todos os dias vemos à nossa volta. 
Desde a criação da bomba atómica, de Hiroshima e Nagasaki,  que o mundo vive com o medo  de se autodestruir de uma vez só, ou de ir morrendo lentamente, principalmente a partir de 2001, com o derrube das torres gémeas e os sobressaltos terroristas que se seguiram, que  vieram trazer novas fontes de apreensão aos países e às pessoas, inocentes, vítimas do ódio, da inveja, da ambição de poder. 

Estas já eram preocupações de segurança suficientes para nos angustiarmos quando surgiu a pandemia da covid 19, provocada por um vírus desconhecido 
Simultaneamente outras preocupações sociais complicaram a nossa vida:  reescrever a história, vandalizar estátuas, censurar obras de arte, literárias e cinematográficas como “E tudo o vento levou”, “Robinson Crusoé”... por questões rácicas, de género, ecológicas, climáticas. 
Criou-se a ideia de que toda a actividade humana trata mal a natureza (“Como se atrevem?"/"How dare you?") que  seria o paraíso se não fosse o homem. 
Os irrealistas  ecologistas, da esquerda à  direita, esquecem-se de ver a natureza como um todo, belo e bom, mas também  com tudo o que ela tem de adverso, inóspito e mortal para o ser humano, como acontece com as doenças biológicas e psicológicas. (1) O medo, o stress, a depressão, o estado de alerta constante a tudo o que põe em causa a  nossa sobrevivência, coloca-nos em pânico e com receio de que tudo se desmorone. (2)

A desadaptação provoca reacção mais violenta sobre nós próprios ou sobre os bens públicos ou privados.
Embora nós saibamos como deve ser: “não matarás", está inscrito na nossa mente... também sabemos que o nosso cérebro funciona de forma irregular ("avaria") quando estamos nestas situações de grande angústia.
Neste tempo em que se tenta descobrir heróis em todo o lado, como faz o presidente Marcelo, com o seu optimismo, embora mereça crítica na cobertura que dá ao governo (3) em muitas medidas e em que tudo se resolve com dinheiro e quanto mais melhor, o seu papel tem sido extremamente importante no apoio que dá a cada cidadão, fazendo-o sentir-se alguém com algum valor.
Como sabemos não se vence uma batalha quando nos colocamos no “fundo da hierarquia da dominância” ou quando saímos de casa para o trabalho já derrotados.  
As mudanças comportamentais de cada um de nós,  são difíceis mas necessárias para sairmos do fundo em direcção ao topo.
Há que dizer que cada um de nós tem que ser herói.
Então, "se cada um de nós viver como deve ser, floresceremos colectivamente". (J. Peterson) 

Até para a semana com muita saude.
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(1) É um esforço (quase) inútil tentar argumentar que as alterações climáticas dependem mais da própria natureza do que da acção do homem. Aliás, a acção humana depende da própria natureza...

(2) Por ex., o recente caso do actor Pedro Lima.

(3) Como o anúncio da Liga dos Campeões em Lisboa. As instrumentalização do poder do futebol pelo poder politico. A tolerância a festas políticas como o 1º de maio ou a manifestação contra o racismo...









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