Como sabemos os filhos e os netos transformam a nossa vida. Aprendemos isso
quando decidimos ter filhos.
Cada criança que vem a este mundo cria dessa forma uma família ou integra-se nela, seja de que tipo
for: monoparental, reconstituída, adoptiva, etc. e seja qual for o processo de
procriação.
São os filhos que definem a família.
As motivações que levam uma pessoa a ter filhos são as mais diversas. Poderá
mesmo não ter havido motivação. (1)
Por outro lado sabemos que o envelhecimento da população é um factor extremamente importante para o
problema da sustentabilidade dos diversos sistemas sociais.
"Em cerca de cinco décadas o número de nascimentos em Portugal caiu
para menos de metade.
…Em 1982, o número médio de filhos por mulher caiu abaixo de 2,1, considerado o limite da
substituição de gerações.
Na década seguinte, em 1994, esse indicador ficou, pela primeira vez, abaixo
de 1,5 filhos por mulher, valor que é considerado crítico para a
sustentabilidade de qualquer população, inviabilizando uma recuperação das
gerações no futuro se tal nível se mantiver durante um longo período." (Fundação Francisco Manuel dos Santos, Nascer em Portugal)
As razões que levaram a esta situação são as mais diversas. Porém aquilo que
pensávamos que podia ser um problema é visto de outro modo por alguns investigadores.
Sarah Harper, gerontóloga da Universidade de Oxford , defende que afinal
a diminuição da natalidade não é um problema e não há motivo para alarme ...
Pode até ser bom.
Porém o que eu não sabia é que uma das razões para não ter filhos pudesse ser o aquecimento global e as alterações climáticas. (1, 2, 3, 4)
Corinne Maier, psicanalista, defende que “Ter filhos sai caro, mata o
desejo no casal, impede a mãe de ter uma carreira bem sucedida e, para além
disso... há demasiadas crianças na Terra.
Há também o movimento GINK (green inclination no kids - inclinação verde não aos filhos) que defende
que a pegada ecológica ou pegada de carbono de uma criança é muito grande e por isso é melhor
para o planeta não ter filhos. (Justine Canonne, "Faire un enfant, c'est mauvais pour la planète...", le cercle psy, nº34, pgs. 28 e 29)
Cada um é livre de pensar e expressar o que quiser mas qual a importância
da pegada ecológica de uma criança que
vem a este mundo?
Todos queremos ambiente saudável, é
necessário fazer tudo para reduzir a poluição – o que não deve ser confundido
com alterações climáticas – mas isso não pode ser posto em alternativa a não
ter filhos.
E interrogo-me sobre que mundo será o nosso sem filhos e sem crianças
Se como dizia Pessoa o melhor do mundo são as crianças, essa é a única maneira
de ter um planeta melhor. Um futuro melhor. Nelas está a esperança de podermos
ter um Mozart, Beethoven, Freud, cientistas, artistas, … seres humanos que
transformem o mundo que temos num mundo mais belo e mais humano.
E nenhuma criança tira o lugar
a outra. Cada um de nós, cada um dos nosso filhos e netos, como ser único que é,
tem um papel a desempenhar no mundo.
E chegámos aqui. Com a emergência climática – que para alguns não passa de
uma invenção - o homem quer controlar o clima nem que para isso
seja necessário abdicar de ter filhos
As crianças são muito mais do que pegada ecológica e origem de mal-estar.
As crianças, os filhos, são de facto um milagre de amor e algo de
transcendente na vida das famílias que as coloca num futuro aberto e promissor
para a humanidade que não cabe nestas mesquinhas concepções climáticas.
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