Depois deste interregno das férias escolares de
Verão e eleições legislativas, o meu regresso a estas crónicas de OPINIÃO, acontece após o regresso às aulas e a um novo ano lectivo.
Podia ter a esperança de que este ano lectivo
começaria melhor, dada a experiência de anos anteriores e assim poder pensar numa melhoria da situação educativa das nossas escolas.
O ano lectivo anterior acabou com a crise na educação, devido, principalmente, à
questão do direito dos professores à contagem de tempo de serviço de 9 anos 4 meses e 2 dias que provocou entre
os partidos alguma desorientação e com o
primeiro-ministro a ameaçar demitir-se, caso isso fosse aprovado na Assembleia
da República.
Começámos este ano lectivo da mesma forma. Com este problema por
resolver, assim como com os problemas habituais, como, por exemplo, escolas fechadas
ou disfuncionais devido a falta de pessoal docente e não docente, o problema da
indisciplina dos alunos em muitas escolas, e até com alguma violência contra professores e
funcionários…
Mantém-se o problema do amianto nos telhados de algumas escolas,
o problemas da qualidade das refeições, o problema da gratuitidade e da reutilização dos
manuais escolares…
Mantém-se, principalmente, o problema do clima escolar e os
problemas da relação pedagógica.
O que se passa ?
O que desde há alguns anos está a acontecer é que, sendo a escola um reflexo da sociedade e os comportamentos dos alunos reflexo da comunidade em que a escola está inserida, não se deu a importância devida às mudanças nos processos de socialização. A comunidade educativa – alunos, professores, pais e encarregados de educação - são diferentes e a escola necessita de se adaptar a essa situação.
A começar pelas lideranças políticas que com as atitudes e medidas que tomam, têm importante influência na melhoria das condições que se vivem no quotidiano da escola.
O que se passa ?
O que desde há alguns anos está a acontecer é que, sendo a escola um reflexo da sociedade e os comportamentos dos alunos reflexo da comunidade em que a escola está inserida, não se deu a importância devida às mudanças nos processos de socialização. A comunidade educativa – alunos, professores, pais e encarregados de educação - são diferentes e a escola necessita de se adaptar a essa situação.
A começar pelas lideranças políticas que com as atitudes e medidas que tomam, têm importante influência na melhoria das condições que se vivem no quotidiano da escola.
O ministério da educação não pode silenciar a realidade. Se não podem ser
corporativistas, também não podem ignorar o grande sofrimento por que estão a
passar muitos docentes.
A questão dos recursos humanos da educação é crucial. Impressiona-me,
anualmente, a colocação de professores e também de outros funcionários das
escolas, pela burocracia, centralismo, injustiça, que cria uma das maiores instabilidades no
sistema educativo.
É necessário entender que o sistema educativo não é um
conjunto de leis portarias e despachos, tabelas e fluxogramas... mas de pessoas
e famílias concretas. As famílias dos professores, técnicos, pessoal não
docente e as famílias dos alunos.
Não compreendo como é possível que os recursos humanos no
sistema educativo tenham uma forma de colocação singular em toda a função pública.
Há professores e técnicos que passam
dezenas de anos sem vinculação a uma escola, todos os anos têm de concorrer a
um horário numa escola e que leva à anormalidade de professores serem colocados
a centenas de quilómetros da sua residência porque se o não fizerem ficam no desemprego…
Este é um assunto que
exigiria também a flexibilidade dos sindicatos de forma a que fosse
salvaguardado o essencial:
1. a vinculação o mais cedo possível a uma escola de forma a
estabilizar a vida dos professores e das suas famílias.
2. e a existência de uma carreira em que dois aspectos fundamentais
dela façam parte:
- que o mérito seja levado em conta por uma avaliação de
desempenho justa e simples, radicalmente diferente da actual;
- que seja contado o tempo integral de serviço, não
dependendo da táctica política dos vários
momentos, dos vários governos.
Aprendi, um dia, que a educação é o professor. É a mudança que falta fazer.
Será que há
vontade ministerial e sindical para realizar esta mudança ?
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