1. A nível governamental, a preocupação com a situação das mulheres iniciou-se, de forma embrionária, em 1970. Com o 25 de Abril de 1974, Maria de Lourdes Pintasilgo, quando Ministra dos Assuntos Sociais, criou a Comissão da Condição Feminina (CCF),
Em 1990, passou a designar-se CIDM (Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres) e em 2007, passou a CIG – Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género.(1)
Desde a sua criação, muitos anos passaram, muitos estudos, projectos e decisões importantes para as mulheres foram tomadas, que também o foram para os homens, porém, faz falta ter em conta, principalmente nos dias de hoje, uma visão diferente da condição masculina, o que seria importante também para as mulheres.
Há sem dúvida um conjunto de especificidades que atrapalham a vida dos homens e que os tornam nas primeiras vítimas dos seus comportamentos, da sua cultura, da sua vida social.
2. Isto não pode justificar qualquer insensibilidade à discriminação e desvantagem das mulheres em relação aos homens, principalmente no que toca à violência. Doméstica ou não. (2) .
3. No entanto, se queremos mudar alguma coisa é também necessário reflectir sobre alguns factos que mostram desvantagens dos homens, expressas nas várias áreas da sociedade.
Resultado de vicissitudes biológicas, culturais e sociais manifestam-se em comportamentos evidenciados pelas estatísticas no que se pode designar como "masculinidade tóxica”:
"Nos Estados Unidos das 45.000 pessoas que se suicidam, 77% são homens . A OMS refere que mais de metade das mortes violentas nos homens corresponde a suicídios. Num estudo da ONG Promundo “numa amostragem com 1500 jovens concluiu-se que quase um em cada cinco tinha já considerado o suicídio para os seus problemas. E os mais sujeitos a este tipo de pensamento eram aqueles para os quais ser homem significa mostrar-se forte, não falar sobre os seus problemas, não exprimir as suas emoções.” (3)
4. Entre nós, por exemplo, devido à sua biologia, psicologia ou cultura, podemos elencar alguns dados preocupantes em que os homens são as principais vítimas dos seus comportamentos: (4)
- O número de presos corresponde a 93% de homens
- No consumo de álcool “os homens permanecem sendo os maiores consumidores".
- O género masculino tende a ser o mais afectado pelo consumo de drogas.
- O número de casos atendidos nas Comissões de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) é superior no sexo masculino.
- Mais de metade (62%) dos alunos com NEE são rapazes.
- De 60 a 80% dos diagnósticos de dislexia são do sexo masculino.
- O diagnóstico de perturbação de hiperactividade com défice de atenção (PHDA) é mais frequente no sexo masculino, com uma relação de 2:1.
- O abandono escolar precoce é superior nos rapazes 14, 7 % em relação a 8,7 nas raparigas.
- O número de homens matriculados no acesso ao ensino superior, em 2018, é de menos 28283.
- O número de diplomados pelo ensino superior, em 2017, é 32422 rapazes contra 44.612 raparigas.
- Os rapazes manifestam mais agressividade do que as raparigas. Daniel Goleman (Inteligência Emocional) refere que a tendência para o crime manifesta-se cedo nestas crianças (pág. 258); "a impulsividade em garotos de 10 anos constitui um previsor da futura delinquência três vezes mais certeiro do que o QI." (pag 259)
5. Também o psicanalista franco-canadiano Guy Corneau, em “Filhos do silêncio” explica estes comportamentos do seguinte modo: "o pai está sujeito a uma regra de silêncio". Mostra a dificuldade das conversações íntimas entre os homens de diferentes gerações…
Os pais têm dificuldade e resistem a dar reconhecimento e aprovação aos filhos.
A intervenção do pai junto dos filhos parece assim ser um ponto fulcral de desvantagem para os homens a quem se nega a oportunidade de expressar os seus afectos pelos filhos ao mesmo tempo que estes se vêem privados dele. (O Livro da Psicologia, Marcador)
(1) Nos últimos
anos, esta área da governação não tem sido pacífica quer a nível das nomeações dos dirigentes para a Secretaria
de Estado da Cidadania e Igualdade quer de algumas intervenções que esta Comissão tem feito sobre a igualdade
de género que passou a ser vista como ideologia de género.
Dar luta à ideologia de género é tarefa de qualquer democrata.
O caminho parece ser o que é expresso pela presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, Teresa Fragoso, quando reconhece que “ainda há um longo caminho a percorrer para que as mulheres tenham as mesmas oportunidades que os homens” mas que “os homens também são altamente prejudicados pela forma como a sociedade está organizada”. (Negócios)
O caminho parece ser o que é expresso pela presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, Teresa Fragoso, quando reconhece que “ainda há um longo caminho a percorrer para que as mulheres tenham as mesmas oportunidades que os homens” mas que “os homens também são altamente prejudicados pela forma como a sociedade está organizada”. (Negócios)
(2) Das 9.176 vítimas registadas pela APAV em 2017, mais de 80% eram do sexo feminino.
(3) Mário Freire, "Pais em tempos de crises - Masculinidade tóxica", Reconquista, 14/02/2019, dados baseados na revista digital Slate, OMS, ONG Promundo e do seu fundador Gary Baker.
(3) Mário Freire, "Pais em tempos de crises - Masculinidade tóxica", Reconquista, 14/02/2019, dados baseados na revista digital Slate, OMS, ONG Promundo e do seu fundador Gary Baker.
(4) - Em 2017, havia 13440 presos, 12584 homens, 856 mulheres, o que corresponde a 93% de homens. (Pordata)
- No consumo de álcool “os homens permanecem sendo os maiores consumidores. Impulsividade e comportamento de risco para a saúde têm estreita relação, havendo na população masculina maior prevalência de comportamentos considerados impulsivo-agressivos.”
- “O género masculino tende a ser o mais afectado pelo consumo de drogas, embora o género feminino, depois da iniciação, tenha um percurso mais rápido e degradante.”
- O número de casos atendidos nas Comissões de Protecção das Crianças e Jovens (CPCJ), em 2017, é superior no sexo masculino.54,5% (38155) são do sexo masculino e 45,5% (31812) do sexo feminino.
- O número de alunos com NEE segundo a DGEEC ,” mais de metade dos alunos com NEE são rapazes: das cerca de 79 mil crianças registadas, 49 mil são do sexo masculino.
- Quanto ao problema da dislexia, de 60 a 80% dos diagnósticos são do sexo masculino, porém isso acontece porque os casos entre o sexo masculino costumam ser mais graves e associados a um maior número de comorbidades que entre o sexo feminino. Em estudos onde todos alunos de uma instituição de ensino são avaliados, a diferença de géneros é significativamente menor.
- O diagnóstico de perturbação de hiperacvidade com défice de atenção (PHDA) é mais frequente no sexo masculino, com uma relação de 2:1, ou seja, por cada rapariga que é diagnosticada com PHDA, são diagnosticados dois rapazes. No período da adolescência esta discrepância é atenuada.
- O abandono escolar precoce é superior nos rapazes, em 2018, 14,7 % em relação a 8,7 % nas raparigas, total 11,8 %. (Pordata)
- O número de homens matriculados no acesso ao ensino superior, em 2018, total 372753, 172.235 homens contra 200518 mulheres. (Pordata)
- O número de diplomados pelo ensino superior, em 2017, total 77034, 32422 homens, contra 44612 mulheres. (Pordata)
- No consumo de álcool “os homens permanecem sendo os maiores consumidores. Impulsividade e comportamento de risco para a saúde têm estreita relação, havendo na população masculina maior prevalência de comportamentos considerados impulsivo-agressivos.”
- “O género masculino tende a ser o mais afectado pelo consumo de drogas, embora o género feminino, depois da iniciação, tenha um percurso mais rápido e degradante.”
- O número de casos atendidos nas Comissões de Protecção das Crianças e Jovens (CPCJ), em 2017, é superior no sexo masculino.54,5% (38155) são do sexo masculino e 45,5% (31812) do sexo feminino.
- O número de alunos com NEE segundo a DGEEC ,” mais de metade dos alunos com NEE são rapazes: das cerca de 79 mil crianças registadas, 49 mil são do sexo masculino.
- Quanto ao problema da dislexia, de 60 a 80% dos diagnósticos são do sexo masculino, porém isso acontece porque os casos entre o sexo masculino costumam ser mais graves e associados a um maior número de comorbidades que entre o sexo feminino. Em estudos onde todos alunos de uma instituição de ensino são avaliados, a diferença de géneros é significativamente menor.
- O diagnóstico de perturbação de hiperacvidade com défice de atenção (PHDA) é mais frequente no sexo masculino, com uma relação de 2:1, ou seja, por cada rapariga que é diagnosticada com PHDA, são diagnosticados dois rapazes. No período da adolescência esta discrepância é atenuada.
- O abandono escolar precoce é superior nos rapazes, em 2018, 14,7 % em relação a 8,7 % nas raparigas, total 11,8 %. (Pordata)
- O número de homens matriculados no acesso ao ensino superior, em 2018, total 372753, 172.235 homens contra 200518 mulheres. (Pordata)
- O número de diplomados pelo ensino superior, em 2017, total 77034, 32422 homens, contra 44612 mulheres. (Pordata)
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