06/01/15

O que parece não é


É com notícias destas (Lusa/Expresso) que se engana as pessoas. Nem a prova é de Crato, nem foi criada por ele. Infelizmente, não teve a visão para  acabar com ela ou para criar alternativas, como escrevi aqui ("os pais da prova").

Entretanto, o Conselho Directivo do IAVE vem exprimir o seu desacordo (TVI24): "Face à divulgação do documento, o Conselho Directivo assegura que o parecer “não foi solicitado pelo Conselho Directivo do IAVE, constituindo uma iniciativa do Conselho Científico sem enquadramento estatutário”.
Referindo que o Conselho Científico do IAVE “é um órgão consultivo independente”, o Conselho Directivo lembra que a competência daquele se centra “na avaliação específica de provas de avaliação produzidas pelo IAVE e não na apreciação de diplomas legais que determinam a sua realização”.


O Decreto-Lei n.º 102/2013, que reorganiza o GAVE, passando a designar-se IAVE, prevê as funções do Conselho Científico. A sua constituição consta do despacho n.º 11664/2013 (D.R. n.º 173, Série II de 2013-09-09)
O Parecer sobre a Prova de acesso à carreira docente - Prova de avaliação de conhecimentos e capacidades, de Novembro/2014, é assinado por 4 elementos. Não se sabe por quantos elementos foi aprovado (o CC é constituído por 32 elementos). 
O CC coloca em questão "este modelo de prova" porque essencialmente, independentemente de todas as críticas que se podem fazer ao parecer, há aspectos de convergência, desde logo que concorda com a existência da prova:
"Em consequência, concordamos com as finalidades gerais declaradas na PACD, posteriormente designada de Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades (PACC), que surgem inscritas no preâmbulo do Decreto Regulamentar n.º 7/2013 de 23 de Outubro do MEC.
A saber:
comprovar a existência de requisitos mínimos de conhecimentos e capacidades transversais à lecionacão de qualquer disciplina, área disciplinar ou nível de ensino, como a leitura e a escrita, o raciocínio lógico e crítico ou a resolução de problemas em domínios não disciplinares, bem como o domínio dos conhecimentos e capacidades específicos essenciais para a docência em cada grupo de recrutamento e nível de ensino.
[...] que a prova seja generalizada a todos os que pretendam candidatar-se ao exercício de funções docentes [...] com perspetivas de integração na carreira.
[...] valorizar a escola pública e a qualidade do ensino aí ministrado, cientes de que os conhecimentos e capacidades evidenciados pelos professores constituem uma variável decisiva na qualidade da aprendizagem dos alunos."
No entanto, basta ver estes títulos para se perceber  o aproveitamento feito: «prova de Crato chumbada», «FNE defende eliminação da prova», «Nogueira subscreve críticas a "prova absurda"»...


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