27/08/13

Chiado



"O Chiado tem uma história multisecular de boémios e intelectuais. Cafés, restaurantes, livrarias, lojas de moda e grandes armazéns marcaram gerações na história da cultura portuguesa. Impossível enunciar quantas figuras da intelectualidade portuguesa foram marcadas e inspiradas pelo Chiado boémio e erudito. Garrett, Eça de Queiroz, Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Bocage e tantos outros, encontraram no Chiado o espaço ideal para as suas deambulações poéticas, filosóficas e doutrinárias." (Chiado, meu amor, "Pórtico", Albérico Cardoso, Lucidus-Publicações, Lda)

Nos anos 70 e 80, o Chiado fez parte do meu espaço geográfico, cultural e afectivo. Passava por ali quase todos os dias. Na rua da Emenda, onde ficava o ISPA, um pouco mais acima, foi o início da minha formação académica. Frequentava algumas livrarias: Bertrand, Moraes, Sá da Costa, Portugal... Passávamos pelo Bairro Alto, rua da Rosa, a caminho da Escola Politécnica, onde almoçávamos em Ciências.
Deambulávamos pelas lojas de discos, de moda, Grandes Armazéns do Chiado, onde mandei fazer um fato para uma ocasião especial. Entrava-se, do lado esquerdo, subiam-se algumas escadas, e aí estava a alfaiataria onde se era atendido com toda a distinção.
Nos anos 80, quando trabalhava na rua do Século, dar uma volta pelo Chiado, era uma das rotinas mais frequentes.

O Chiado faz parte do imaginário dos portugueses, e é, por isso, mais do que um local de Lisboa. Foi inspiração de gente de vários quadrantes da música popular: Vicente da Câmara, Filarmónica Fraude, UHF, Vitorino, moda das tranças pretas, animais de estimação, rua do Carmo, leitaria Garrett...

Vicente da Câmara - A Moda das tranças pretas

Filarmónica Fraude - Animais de estimação

UHF - Rua do Carmo

Vitorino - Leitaria Garrett

Em 25 de Agosto de 1988 morreu algum deste Chiado. Mas há quem se continue a apaixonar por Lisboa e por este velho novo local.

Melody Gardot - Lisboa


Não havia necessidade ... de ser lembrado com um simulacro do incêndio. Qualquer dia... não seria de espantar se acontecesse a sugestão aqui feita para outras comemorações. 

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