O programa desta semana e o debate da rubrica da SIC “E se fosse consigo”, da jornalista Conceição Lino, teve como tema “os jovens e a droga”.
Em primeiro lugar, é de saudar que se apresente e debata um tema que tem andado esquecido da comunicação social e da informação/prevenção das actividades das escolas e organizações juvenis.
Em primeiro lugar, é de saudar que se apresente e debata um tema que tem andado esquecido da comunicação social e da informação/prevenção das actividades das escolas e organizações juvenis.
Em segundo lugar, é chocante a banalização existente na sociedade sobre o assunto, como o programa demonstrou com esta situação simulada, mas reveladora de que se acha normal poder aliciar alguém, num local público, para o consumo de drogas.
É tanto mais chocante quando há pouco tempo num programa sobre violência sobre animais as pessoas protestavam e ameaçavam com a polícia. Neste caso foi escasso o número de pessoas que se manifestaram.
Ainda focado pelo programa, é chocante a complacência com que se encaram os festivais de verão, (também podia falar-se das viagens de finalistas, das festas académicas), quando sabemos pelas apreensões que são feitas nesses festivais e eventos, a grande quantidade de droga que circula. Em alguns casos, mesmo quando os organizadores o negam, são implicitamente incentivadores do consumo. E, claro, se há consumo é porque há tráfico.
Ainda focado pelo programa, é chocante a complacência com que se encaram os festivais de verão, (também podia falar-se das viagens de finalistas, das festas académicas), quando sabemos pelas apreensões que são feitas nesses festivais e eventos, a grande quantidade de droga que circula. Em alguns casos, mesmo quando os organizadores o negam, são implicitamente incentivadores do consumo. E, claro, se há consumo é porque há tráfico.
É chocante que continue a haver tanta condescendência com estas situações e se tente passar a ideia de que as drogas falsamente consideradas leves não têm qualquer problema para a saúde.
É chocante que seja necessário fazer legislação na Assembleia da República, para tratamento médico com derivados da canábis, quando isso não é necessário para outras substâncias para fins medicinais. Mas, claro, baralhar as situações tinha em vista que a justaposição ou associação dessas situações em que o auto-cultivo e consumo para fins chamados recreativos, fosse permitido.
É chocante que seja necessário fazer legislação na Assembleia da República, para tratamento médico com derivados da canábis, quando isso não é necessário para outras substâncias para fins medicinais. Mas, claro, baralhar as situações tinha em vista que a justaposição ou associação dessas situações em que o auto-cultivo e consumo para fins chamados recreativos, fosse permitido.
Continua a justificar-se uma aposta na prevenção, como foi o caso deste programa, que é, aliás, uma das competências do Serviço de intervenção nos comportamentos aditivos e nas dependências (SICAD), porque: “A prevenção (é a) área onde o principal objetivo é a intervenção sobre as causas do fenómeno, procurando que este não venha a manifestar-se futuramente, fomentando não apenas o conhecimento sobre o fenómeno, mas também exponenciando a abrangência, eficácia, eficiência e qualidade dos programas de prevenção implementados".
Por outro lado, é importante esclarecer que com o Decreto-Lei n.º 130-A/2001, de 23 de Abril, houve descriminalização mas não houve despenalização. Deixou de se considerar crime o consumo de droga, a aquisição e a posse para consumo próprio, dentro de determinadas quantidades. No entanto, isso não significa despenalização.
As Comissões para a Dissuasão da Toxicodependência (CDT), que vieram substituir os tribunais criminais como resposta do Estado ao consumo de drogas, constituídas por técnicos da área da saúde e da justiça, procuram informar as pessoas e dissuadi-las de consumir drogas, e têm, também, o poder de aplicar sanções administrativas e de encaminhar pessoas para tratamento, sempre com o seu consentimento.
A “encenação” da iniciação da entrada das pessoas na "cena" da droga mostra, assim, facilitada, sem reacção dos que assistem, a porta de entrada, quando se junta a falta de informação, a necessidade de ter comportamentos miméticos ao grupo e a auto-avaliação da posse de uma personalidade suficientemente "forte" para saberem aquilo que querem e como e quando terminar. Nada mais falso.
Por outro lado, é importante esclarecer que com o Decreto-Lei n.º 130-A/2001, de 23 de Abril, houve descriminalização mas não houve despenalização. Deixou de se considerar crime o consumo de droga, a aquisição e a posse para consumo próprio, dentro de determinadas quantidades. No entanto, isso não significa despenalização.
As Comissões para a Dissuasão da Toxicodependência (CDT), que vieram substituir os tribunais criminais como resposta do Estado ao consumo de drogas, constituídas por técnicos da área da saúde e da justiça, procuram informar as pessoas e dissuadi-las de consumir drogas, e têm, também, o poder de aplicar sanções administrativas e de encaminhar pessoas para tratamento, sempre com o seu consentimento.
A “encenação” da iniciação da entrada das pessoas na "cena" da droga mostra, assim, facilitada, sem reacção dos que assistem, a porta de entrada, quando se junta a falta de informação, a necessidade de ter comportamentos miméticos ao grupo e a auto-avaliação da posse de uma personalidade suficientemente "forte" para saberem aquilo que querem e como e quando terminar. Nada mais falso.
Compreendemos a recusa pelos jovens dos bons conselhos de alguns adultos, racionais, correctos, cheios de bom senso e a fácil aceitação da complacência de outros. Mas mais uma vez, neste assunto, é necessário dizer a verdade aos jovens sobre as drogas mesmo quando consideradas falsamente leves.
É necessário explicar-lhes que há ideias erradas sobre a canábis, e outras substâncias psicoactivas, os riscos para a saúde e, em consequência, os efeitos nefastos para a vida.
É necessário explicar-lhes que há ideias erradas sobre a canábis, e outras substâncias psicoactivas, os riscos para a saúde e, em consequência, os efeitos nefastos para a vida.
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