Falámos a semana passada em algumas estratégias de gestão e redução da
ansiedade. Dissemos que o relaxamento e a meditação podem ser usados como técnicas
para esse efeito. As técnicas de meditação de atenção plena, mindfulness, pode ser uma delas. Quero, no entanto, dar um enfoque diferente em relação à meditação, relevando
nesta terapia o significado espiritual que ela envolve.
John Main (A palavra que leva ao silêncio) escreve sobre a meditação como um modo de “oração profunda que nos
encaminhará para a experiência da união, longe das distracções superficiais e
da auto-comiseração".
Ela é para crentes cristãos mas pode ser usada por todos os que querem
descondicionar-se em relação à ansiedade.
Como meditar?
"Senta-te. Senta- te tranquilo e direito. Fecha levemente os teus olhos.
Senta-te descontraído mas atento. Começa silenciosamente, intimamente, a dizer
uma única palavra. Recomendamos a frase oração «Maranatha». Recita-a com quatro
sílabas de igual extensão. Escuta-a à
medida que a dizes, gentilmente, mas de forma contínua. Não penses ou imagines
coisa alguma – espiritual ou de outra natureza. Se acorrerem pensamentos e
imagens, são distracções no tempo de meditação: persiste, pois, em dizer de
novo apenas a palavra. Medita, todas as manhãs e todas as noites, cerca de
vinte a trinta minutos." (p. 17)
"Para bem meditares, deves adoptar uma posição sentada confortável;
esta deve ser confortável e descontraída, mas não desleixada. As costas devem
estar tão direitas quanto possível, com a coluna numa posição vertical. Os que
possuem um bom grau de flexibilidade e agilidade podem sentar-se no
chão, com as pernas cruzadas." (p. 27)
Podemos aprender a meditar?
"Aprender a meditar não é justamente uma questão de dominar uma técnica. É
antes aprender a apreciar e a responder directamente às profundezas da tua
própria natureza, não da natureza humana em geral, mas da tua em particular…" (p
19)
Contexto cristão da meditação.
Para J Main, "meditação é sinónimo de termos como contemplação, oração
contemplativa, oração meditativa, e assim por diante” (p. 19)
"A meditação é o processo muito simples pelo qual nos preparamos, em primeiro lugar, para estar em paz connosco, a fim de conseguirmos prezar a paz da Divindade dentro de nós”
"A visão da meditação que muita gente é encorajada a ter como meio de descontração, de manter a sua quietação interior no meio das pressões da moderna vida urbana, não é em si essencialmente falsa. Mas , se isto é tudo o que ela afigura ser, então a visão é muito limitada…" (p 20)
"A meditação é o processo muito simples pelo qual nos preparamos, em primeiro lugar, para estar em paz connosco, a fim de conseguirmos prezar a paz da Divindade dentro de nós”
"A visão da meditação que muita gente é encorajada a ter como meio de descontração, de manter a sua quietação interior no meio das pressões da moderna vida urbana, não é em si essencialmente falsa. Mas , se isto é tudo o que ela afigura ser, então a visão é muito limitada…" (p 20)
Silêncio e mantra
"A repetição fiel da nossa palavra – o mantra - é que integra todo o nosso
ser. Fá-lo assim , porque nos encaminha para o silêncio, para a concentração,
para o nível necessário de consciência que nos torna capazes de abrir a nossa
mente e o nosso coração à acção do amor de Deus, na fundura do nosso ser." (p.31)
Obectivos da meditação
"Ao começar a meditar temos três objectivos preliminares:
O primeiro é simplesmente dizer o mantra durante toda a duração da meditação...
O segundo é dizer o mantra sem interrupção ao
longo da meditação...
O terceiro é proferir o mantra durante todo o
tempo de meditação, inteiramente livre de todas as distracções..." (p 34-35)
Mantra vs narcisismo
Ao contrário do que possa parecer, embora a prática da meditação possa
evidenciar narcisismo, “ a meditação intima-nos a abrir os nossos corações a
esta luz e esta vida pelo expediente muito simples de prestar atenção; ou seja,
prestar atenção à sua (Deus) presença em nós. (p.39)
Meditação vs auto-análise
"Poucas gerações têm sido tão introvertidas e auto-analíticas como a nossa e, todavia, a moderna auto-análise pode ser notoriamente improdutiva. A razão é que ela, como sugeri, tem sido radicalmente não-espiritual; ou seja, não foi levada a cabo à luz do Espírito, não teve em conta esta real e fundamental dimensão da nossa natureza. Sem o espírito não produtividade, não há criatividade ou possibilidade de crescimento." (p.48)
"Poucas gerações têm sido tão introvertidas e auto-analíticas como a nossa e, todavia, a moderna auto-análise pode ser notoriamente improdutiva. A razão é que ela, como sugeri, tem sido radicalmente não-espiritual; ou seja, não foi levada a cabo à luz do Espírito, não teve em conta esta real e fundamental dimensão da nossa natureza. Sem o espírito não produtividade, não há criatividade ou possibilidade de crescimento." (p.48)
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