Vivemos num mundo de direitos, os direitos humanos, os direitos das crianças. Mas de que direitos se trata quando há milhões de crianças que não têm garantido sequer o direito à vida?
Em vez de os líderes deste mundo adoptarem a cultura do cuidado como um imperativo, o que temos são guerras entre vizinhos, as guerras mais destrutivas, com os meios sofisticadamente selváticos, as mais violentas.
Dizia o Dr. Armando Leandro: “Não há desenvolvimento ético, cultural, social e económico de qualidade sem qualidade humana e esta é subsidiária em alto grau da qualidade da infância.
O desenvolvimento dessa cultura da infância, ao nível da prevenção e da intervenção reparadora e superadora do perigo, compete a todos.”
Como estava certo: Pelo tratamento dado aos mais frágeis podemos avaliar a sociedade.
Os maus tratos às crianças são apenas o sintoma de um sociedade que não está bem e que acaba por se magoar a si própria.
Leão XIV, na alocução inicial do seu pontificado, falou da necessidade de uma paz que seja desarmada e desarmante, construída através do diálogo e da criação de pontes.
Um coro universal das vítimas da insensibilidade, devia todos os dias soar aos ouvidos dos líderes mundiais, reclamando justiça e paz. Até que entendessem que os resultados das guerras são sempre o sofrimento de todos, dos perdedores mas também dos vencedores.
Uma cultura do cuidado, como o do samaritano que ajudou o estranho que encontrou doente no caminho é o sentimento que faz falta.
A cultura do cuidado é fundamental para vivermos como pessoas como seres humanos que existem com os outros e em que os narcisismos não são determinantes.
Uma cultura do cuidado é uma cultura da interdependência onde ninguém é descartável.
“... quando chegamos a este planeta, somos desde o início da vida rodeados de cuidados diversos que se prolongam no tempo; chega depois a altura em que devemos cuidar de outras pessoas e passaremos por momentos em que teremos de permitir que outros cuidem de nós, inclusive quando ainda esteja longe o fim da nossa vida.
Estaremos preparados para assumir a interdependência que exige a nossa própria vulnerabilidade? Teremos consciência de que devemos cuidar de nós próprios, dos nossos entes queridos, do conjunto da sociedade e do mundo em que vivemos?
Uma sociedade em que o bem-estar individual e o bem-estar coletivo andam de mãos dadas é mais humana, mais forte e muito mais comprometida.” (Isabel Sánchez, Cultura do cuidado )
Até para a semana.
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