23/06/22

Ansiedade


 

Todos sabemos o que é. A ansiedade passou a ser uma palavra do nosso quotidiano e de alguma forma já a vivenciámos, já todos passámos por algum tipo de perturbação neurótica.

“Os psiquiatras consideram a ansiedade a primeira causa de todas as perturbações mentais e mostram-se convencidos de que, se se pudesse eliminar o excesso de ansiedade que existe no mundo, veríamos desaparecer grande parte das doenças mentais e, com elas, grande parte dos sofrimentos que afligem a humanidade.” (F. Canova, A Ansiedade, p. 19).

A prevalência anual de perturbações de ansiedade, em Portugal, situa-se em 16,5% (nos Estados Unidos este valor é de 19%), enquanto as perturbações de humor são 9%, as perturbações do controlo de impulsos 3,5% e perturbações por uso de álcool 1,6%. (J. M. Caldas de Almeida, A saúde mental dos portugueses, p. 49)


A ansiedade afecta o nosso bem-estar e acompanha-nos nos momentos positivos ou negativos da nossa vida.

A ansiedade tem algumas vantagens (dons). Sabemos que "o rendimento de um indivíduo tanto na actividade física como na actividade mental baixa notoriamente quando falta o impulso da ansiedade”. A ansiedade alimenta o arrojo e a coragem para inovar e tentar novas acções, impulsiona a sociabilidade, o sentido de antevidência dos perigos ... (Canova, p. 15) 

Porém, ela é mais conhecida pelos seus malefícios, pelo sofrimento que causa ao indivíduo dificultando a sua adaptação à sociedade. 

É, por isso, importante conhecer os sintomas gerais da ansiedade.

“Os sintomas psicológicos de ansiedade incluem um sentimento de apreensão dirigido ao futuro, como se algo ameaçasse a pessoa, inquietação, irritabilidade e dificuldade de concentração, enquanto os sintomas físicos podem manifestar-se através da boca seca, tensão muscular, tremor, sudação, vertigens, insónia, sintomas cardiovasculares (taquicardia, palpitações, dor precordial, acessos de calor), sintomas digestivos (cólicas abdominais, aerofagia, náuseas, vómitos), sintomas respiratórios (opressão torácica, dificuldade em respirar).” (Caldas de Almeida, p. 117)


As diferentes perturbações de ansiedade apresentam sintomas específicos: Na perturbação de ansiedade generalizada, os sintomas de ansiedade são persistentes. A perturbação de pânico, apresenta sintomas de ansiedade aguda. As crises de pânico podem começar de forma súbita causando sintomas físicos muito fortes. Nas perturbações fóbicas, os sintomas de ansiedade são intermitentes. As fobias sociais acontecem em circunstâncias de exposição social ou pública. Na perturbação obsessiva-compulsiva, surgem pensamentos persistentes e um desejo incontrolável de repetição de um determinado acto. A ansiedade está quase sempre presente. Na perturbação de stress pós-traumático, a ansiedade é intensa.

No entanto, todos os ansiosos vivem a sua ansiedade de modo muito pessoal e isto mostra a grande variedade das perturbações de ansiedade e dos sintomas que a caracterizam. 


A ansiedade está presente desde o início do nosso desenvolvimento, quando somos deixados na creche ou jardim de infância e, ansiosamente, ficamos à espera que nos venham buscar; ou quando na nossa vida adulta somos atingidos pela doença, perda do emprego, dificuldades financeiras; ou quando os lutos e perdas de pessoas de referência e de perspectivas falhadas se atravessam no nosso percurso e nem sempre são fáceis de ultrapassar...

 

 



  

 

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