Esta discriminação negativa, devida à idade cronológica, chama-se idadismo (ageism). Para Sofia Duque, (“Dia Internacional do Idoso: contra o estigma e estereótipos, para dignificar e respeitar os direitos dos mais velhos”, DN, 1-10-2024) o idadismo “pode ter várias consequências negativas:
de natureza psicológica – a baixa autoestima, depressão e ansiedade;
a redução do acesso a cuidados de saúde;
a falta de motivação dos próprios para a adoção de estilos de vida saudáveis, face à crença falsa de que a deterioração funcional e cognitiva são consequências inevitáveis do envelhecimento;
o isolamento social e solidão;
a tensão nas dinâmicas familiares, sendo frequentemente afastada a pessoa mais velha da tomada de decisões, mesmo quando estas lhe dizem diretamente respeito;
o afastamento das esferas familiar e social;
as políticas sociais e de saúde desfavoráveis;
a desvalorização das capacidades das pessoas mais velhas e a falta de oportunidades.”
Podemos fazer um exercício. Para entendermos o que sente um idoso coloquemo-nos no seu lugar. Como gostaria de ser tratado quando fosse mais velho ou idoso?
Um idoso quer ser tratado com o respeito que é devido a um ser humano.
Deve-se ter em conta o seu passado, o profissional que foi e o trabalho que fez durante tantos anos.
Embora possa ficar calado, não gosta de ser tratado com termos ofensivos e esterotipados.
Apesar de já não poder deslocar-me tão facilmente ou de não estar “à la page”, não gosta de ser excluído de nada: da vida da família e da vida em sociedade.
Não gosta de ser tratado por tu mas de ser chamado pelo seu nome e gosta de ser cumprimentado como as outras pessoas.
Não gosta de ser excluído de sítios que proíbem a sua entrada.
Gosta que lhe perguntem a sua opinião em relação às coisas que lhe dizem respeito e que o deixem decidir em relação à ida para um lar ou uma “erpi” (estrutura residencial para pessoas idosas). Deve ser respeitada a sua vontade.
Gosta de ser tratado por profissionais competentes que sabem como lidar com pessoas idosas com as suas dificuldades emocionais, cognitivas e sociais.
Gosta de fazer o que gosta e de não ser infantilizado. As actividades devem ter em conta que o adulto ou o idoso não é uma criança, que tem uma experiência de vida, cultura e vivências próprias.
Gosta que o deixem em paz quando não quer participar... mas, ainda que sozinho, prefere ler, escrever e pensar...
Até para a semana.
Sem comentários:
Enviar um comentário