17/05/24

Educar é crescer juntos


Neste mundo tão complexo que é o nosso, o papel dos pais na educação dos filhos é cada vez mais importante. É por isso necessário que os pais estejam atentos a tudo o que tem implicações na vida dos seus filhos.

As consequências da pandemia devido ao isolamento social  manifestam-se não só a nível das aprendizagens como a nível emocional. Podemos já dizer que “não ficou tudo bem”  e que “nada vai ser como dantes”.

Muitas mudanças porém já se faziam sentir e a peste emocional (W. Reich) existe no coração dos homens mesmo sem pandemia. O que mudou no interior da família, o que mudou na parentalidade?

Carlos Gonzalez em Crescer juntos - Da infância à adolescência com carinho e respeito,  fala-nos sobre os pais que crescem com o crescimento dos filhos.

É um livro pré-pandemia que começa por perguntar: “Quem são os pais de hoje?" E a resposta é: “Não sabemos”.

Mas sabemos que  houve mudanças na sociedade,  com implicações na educação dos filhos. CG refere algumas dessas mudanças: mais dúvidas, culpa, solidão, idade, número de filhos, stress, divórcio, TV. (p. 11-42)

Vejamos algumas dessas implicações.

Há mais dúvidas. As mães antes tinham mais certezas e o conhecimento sobre a educação dos filhos era feito directamente. A realidade é que hoje em dia as mães procuram respostas em livros e revistas ou junto de peritos, pediatras, enfermeiros psicólogos e educadores...


Parece que muitas mães se sentem culpadas pela forma como educam os filhos e há sempre gente disposta a questionar porque é que a mãe faz de uma determinada maneira e não faz de outra...

Ora nós sabemos que não há apenas uma, mas  muitas formas diferentes,  igualmente válidas, de educar uma criança.

 

Hoje em dia os pais também estão mais sós do que antigamente, em que era habitual  a convivência com os tios, primos,  avós, etc. Os avós sempre colaboraram na educação dos seus netos mas era uma colaboração “em paralelo” em que se partilhava o trabalho, responsabilidade e a mesa da família, havia sempre algum adulto em casa ...  agora trata-se de uma colaboração “em série”, a criança passa da casa dos pais, para casa dos avós, para a escola... muitas vezes sem comunicação.

 

Antigamente não havia televisão. A minha geração viu todo o desenvolvimento que os meios de comunicação social tiveram nos últimos 70 anos.

A televisão não deve ter um papel preponderante dentro da família. Infelizmente parece ter lugar destacado em muitas famílias.

 

Quanto ao uso do telemóvel sabemos a luta que as famílias e as  escolas têm que travar para o uso racional deste aparelho. Começamos agora a ter a noção dos prejuízos que um aparelho feito para a comunicação e relação provoca no isolamento social e das consequências do mau uso que os adolescentes lhe dão.

 

Por isso faz sentido que estejamos atentos, porque sabemos que há outros “educadores externos” à família e, havendo maior diversidade de perspectivas educativas, o papel dos pais ganha mais relevo na educação. 

 

 

 

Até pra semana.



 

 

Rádio Castelo Branco






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