1. Em 31 de Outubro comemora-se o Halloween ou dia das bruxas que é também conhecido por “véspera do dia de todos os santos”, como a origem da palavra - “All Hallows Eve” - dá a entender.
Há várias histórias sobre esta celebração. Uma delas conta-nos que a origem é uma festa celta (Samhain) que tinha lugar quando chegava o inverno, com o frio e com a natureza adormecida, depois do tempo de fertilidade do Verão, e havia que manter a esperança na renovação. Era uma festa com muita comida e diversão. Nesta festa os celtas recordavam os antepassados... e acendiam o “primeiro fogo”, que celebrava a vida. (A história do Dia de Todos os Santos. Que quase morreu com o Halloween)
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(1) Vítor Feytor Pinto, 100 entradas para um mundo melhor, Capítulo “Morte - A vida não acaba, apenas se transforma”, Lucerna, pg 148 -151
(3) Nos Estados unidos, nesta noite, as crianças mascaram-se de criaturas assustadoras – como bruxas, fantasmas ou zombies, por exemplo – e também elas tocam à campainha dos vizinhos em busca de comida. Dizem “doçura ou travessura” e os vizinhos decidem se abrem a porta. Mas se não o fizerem com recompensas (leiam-se doces), habilitam-se a ver ovos atirados contra a janela na manhã seguinte. (A história do Dia de Todos os Santos. Que quase morreu com o Halloween)
A origem das tradições pagãs e cristãs do Halloween pouco tem a ver com as actuais celebrações. Como em outras festas, também nesta o consumismo tem desvirtuado a sua origem e originalidade. No caso do H., segundo Bruno Bethelleim, o desvirtuamento tem consequências sobretudo na ambivalência que está presente nesta festa. As crianças por um dia também podem assumir o papel do adulto e podem castigar o adulto com a "travessura" se não cumprir com a tradição de oferecer a "doçura" respectiva.
Como sabemos a ambivalência consiste em sentimentos de amor e ódio em relação a uma pessoa. Praticamente todas as pessoas já experimentaram esse conflito de sentimentos. O objecto do seu afecto e desafecto pode ser um colega de trabalho, um namorado ou até um professor ou os pais.
A importância desta festa infantil é a possibilidade de a criança compreender que mesmo ao mostrar o lado mais sombrio da vida pode ser aceite. Pode ameaçar com travessura se não lhe derem uma doçura. Os adultos devem entrar no jogo fazendo de conta que estão muito assustados pelos seus disfarces (Bruno Bettelheim, Bons Pais - o sucesso na educação dos filhos, pag. 628).
Passa-se o mesmo quando a criança nas brincadeiras connosco agita um brinquedo monstruoso, mesmo que pequeno mas enorme na realidade ou feroz, imitando um som assustador - Grrrrrrrrr ... Claro que o adulto deve mostrar medo com tão veemente susto. Se não se assusta acaba a brincadeira...
Infelizmente, como diz Bruno Bettelheim, o que aconteceu com esta festa foi a perda deste significado quando passou a ser uma festa em que também os adultos passaram a usar disfarces e a assustarem-se uns aos outros, a brincarem uns com os outros (não digo tanto, como BB, de que foram crianças que não tiveram brincadeiras quando eram crianças... ) ou pior, a assustarem as crianças.
Então a história ficou de pernas para o ar e passaram a ser os adultos a assustar as crianças havendo casos graves com crianças muito pequenas (basta pesquisar na internet).
A tradição das doçuras e travessuras deixou de existir e o objectivo é apenas fazer o disfarce mais horrível e assustar as crianças em vez de serem estas a amedrontar os adultos.
A festa também se estragou quando os adultos passaram a não ser confiáveis por oferecerem “doçuras” que fazem mal às crianças ou podem ser perigosas (basta pesquisar na internet)...
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