22/12/08
O Natal e as crianças
Os presentes são uma característica simbólica do Natal e do Pai Natal.
Não é possível pensar no Pai Natal sem pensar nos presentes. E essa é a única maneira de compreender a situação de festa para as crianças.
Um presente é uma recompensa pelo bom comportamento da criança. Enquanto para os pais isso implica que a criança reconheça que se deve portar bem, a criança sabe que o Pai Natal não espera qualquer sentimento de gratidão. Assim pode aceitar presentes sem qualquer ambivalência. A criança, assim, nunca rejeita os presentes do Pai Natal
A prenda é presente, estar presente. E a presença é o mais importante.
E faz sentido acreditar no Pai Natal ?
O Pai Natal existe apenas para os pequeninos.
Nenhuma criança acredita que o Pai Natal traz presentes para dar aos pais.
Por isso as crianças vivem com alegria a festa do Natal e acreditam no Pai Natal como um momento de felicidade pessoal que por seu lado levam a que cresçam e sejam adultos com sentimentos antigos de felicidade e enriquecedores que serão benéficos para sua vida e para quando elas próprias também forem pais e mães.
À medida que a criança cresce, ela saberá quando o Pai Natal vai deixar de ter importância para ela.
Bettelheim refere o episódio de uns pais que quiseram dizer ao filho de 6 anos que o Pai Natal não passava de uma invenção e que era o tio que ali estava vestido de Pai Natal.
Então a criança quase a chorar exclamou: “porque é que o verdadeiro Pai Natal não veio ver a mim ?”
As explicações racionalistas dos adultos não têm em conta que a criança não tem idade para explicações abstractas acerca da verdade e do espírito de generosidade.
Porque é que o Pai Natal há-de descer pela chaminé quando tantas casas não têm chaminé?
E se o lume estiver aceso ? E se a lareira tiver cassete ?
E porque será que a magia do Pai Natal não pode superar estas dificuldades ? Para uma criança supera certamente.
Pelo que é pouco razoável querer uma festa infantil com as referências do adulto.
Piaget dá um excelente exemplo de como a criança desenvolve um conceito da realidade muito diferente do adulto.
Quando passeava com o seu filho pequeno no jardim, por detrás de sua casa perguntou-lhe: onde está o papá ?
A criança apontou o escritório onde o pai trabalhava.
O papá de carne e osso e o papá de espírito podem ter existências independentes.
É também por isso que há tantos pais natais na rua e nas lojas e isso não é problema para a criança.
É por isso também que o mesmo Pai Natal pode trazer tantos presentes para todas as crianças do mundo
È esta a força do mistério e da magia do Pai Natal.
Na separação que a criança faz entre a ideia abstracta do Pai Natal e da sua personificação física.
“As crianças a quem se disse demasiado cedo que não existe Pai Natal, que foram criadas não com histórias de fadas mas com histórias realistas, tornam-se na altura da universidade crentes na astrologia… ou estudam as cartas do Tarot, que predizem o futuro. Empenham-se assim numa forma de pensar mágica. Estes adolescentes tentam recuperar aquilo que perderam numa idade mais precoce” (B. Bettelheim).
14/12/08
"Nada me pesa na consciência"
03/12/08
A crise da educação
E acrescentou “espero que o diálogo de todos os intervenientes no processo educativo se possa aprofundar”.
E ainda de que “a escola é a instituição inclusiva por excelência e nela os professores desempenham um papel decisivo”.
E frisou Cavaco Silva “que a sociedade portuguesa “tem de contar com a sua motivação, a sua dedicação e o seu entusiasmo” [1].
Já lá vai um ano e o que aconteceu ? Nada. As palavras do Presidente não foram ouvidas e o que se aprofundou, isso sim, foi a clivagem entre os professores e o ME.
A escola tem sido varrida por um conjunto de reformas ou pseudo reformas que chegou até este ponto…
Não é apenas a avaliação de desempenho que está em questão. É todo um conjunto de reformas feitas em cima do joelho.
O que acontece é que têm vindo a acumular-se medidas que não estão estabilizadas, nem pouco mais ou menos.
Algumas vêm de governos anteriores mas a maior parte vem do actual.
Vou elencar apenas algumas:
- As NAC (novas áreas curriculares) com o estudo acompanhado e a área de projecto, com dois professores por área, no 2º ciclo, aumentando a despesa com a educação muito substancialmente sem que isso se traduza em benefício para os alunos;
- A pedagogia diferenciada que se resume, praticamente, a saber se os meios blocos vão para a disciplina de matemática ou de português ou outra disciplina com mais sorte;
- As aulas de 90 minutos;
- As aulas de substituição;
- As AECS, ou seja a escola a tempo inteiro, com a entrega a empresas e câmaras municipais do recrutamento de pessoal;
- O estatuto da carreira docente e a divisão da carreira em professores titulares e não titulares em que se fez um concurso que contemplava para a avaliação apenas os últimos 7 anos de trabalho, entre outras críticas;
- A avaliação de desempenho, esta-e-mais-nenhuma;
- O diploma da educação especial e as escolas de referência que saiu em Janeiro e em Maio a Assembleia da República fez um alteração profunda ao decreto do Governo, não se sabendo se é a filosofia do Governo ou a da Assembleia da Republica que deve ser subentendida;
- Forçar as estatísticas até se encontrar o número mágico de 1,8 % de alunos com necessidades educativas especiais;
- A utilização da CIF como panaceia para a classificação das crianças com NEE;
- A nova gestão das escolas, designadamente a forma de eleição do director da escola por uma assembleia de representantes;
- O estatuto dos alunos, com essa “maravilha” legislativa que dá pelo nome de “prova de recuperação”;
- A educação sexual que pelos vistos nunca mais chega à escola;
- A passagem do pessoal auxiliar, de secretaria, técnico e técnico superior para as câmaras municipais sem perguntarem nada a ninguém…
Isto tudo num caldo de cultura lastimável que é o de fazer crer que os trabalhadores são maus trabalhadores, que não podem ser todos bons, que são os responsáveis pelos problemas do sistema.
Poderíamos aprofundar cada um destes temas.
Hoje quero apenas que me expliquem a imperiosa necessidade de haver diferença entre professores titulares e não titulares, e ao mesmo tempo se acaba com a carreira de técnico superior passando todos a ser técnicos superiores ? Alguém que me explique a coerência, se fazem favor…
[1] Lusa, 15/12/2007 – 13H23
01/12/08
Vénus encontra Júpiter
...
A última vez que este fenómeno astronómico ocorreu foi a 7 de Outubro de 1961 e só virá a acontecer a 18 de Novembro de 2052.
23/11/08
Mobbing ou ... emprateleirar
É uma palavra bonita por fora, em inglês e tudo, mas é também uma palavra muito feia por dentro.
Traduzido em português quer dizer, mais ou menos, uma grande sacanice que o chefe do serviço ou o superior hierárquico faz ao subordinado.
As vezes o fracasso não existe de modo nenhum mas pode ser fabricado por algumas pessoas para outro e atribuem-lhe o fracasso como se fosse uma característica sua.
Também se chama assédio psicológico no trabalho e tem vindo a ser investigado desde os anos 80.
Mas em que consiste o mobbing ?
Consiste em destruir moralmente um trabalhador dentro do próprio âmbito laboral.
Trata-se de criar à volta do trabalhador um clima de vazio e desprezo que vai gerando um desgaste psicológico que por sua vez, vai conduzindo à auto-exclusão, que é o objectivo pretendido.
Todos os comportamentos que são exercidos mesmo que aparentemente neutros são perversos e dirigem-se à devastação psicológica , moral e laboral da vítima.
As principais actividades são:
- Alterar a comunicação da vítima com os outros
- Curto-circuitar os seus contactos sociais instrumentais
- Desacreditar a vítima
- Reduzir ao máximo a sua ocupação laboral
- Atentar contra a sua saúde física e psíquica…
Quem pode ser vítima de mobbing ?
Qualquer trabalhador que provoque inveja. São mesmo pessoas que podem ter qualidades que são invejadas:
- Pessoas éticas
- Independentes
- Muito trabalhadoras
- Queridas pelos outros
- Cooperantes
- Com uma vida familiar e pessoal satisfatória.
E quem são os assediadores ?
Costuma ser uma pessoa cobarde, mentiroso, sentido grandioso dos seus próprios méritos, sem remorsos e cruel.
O mobbing costuma fazer grandes estragos na personalidade do trabalhador, tais como: depressão, irritabilidade, somatizações, fadiga, insónia, ansiedade, stress pós-traumático, etc…
Enquanto esta situação não for penalizada legalmente, e provavelmente não o será tão cedo dado que interessa ao sistema político, na medida em que sempre pode emprateleirar, como se diz em bom português, os trabalhadores do partido que acabou de perder as eleições, que por sua vez, já tinham substituído ou emprateleirado os que as tinham perdido anteriormente. Mas nestes fluxos e refluxos, são apanhados excelentes trabalhadores que pouco têm a ver com estas marés.
Se é um desses trabalhadores e, enquanto não houver alterações legislativas que levem a penalizar o mobbing, pode fazer o seguinte:
- Manter-se em boa forma física e psicológica
- Reforçar a confiança em si próprio
- Não cair em provocações
- Procurar apoio efectivo junto da família e amigos
- Realizar actividades fora do trabalho…
Não nos podemos deixar vencer pelo mobbing e, principalmente, não nos podemos esquecer que a adversidade é sempre uma oportunidade para mudar, ter êxito, dar valor ao que realmente importa, etc. . [1]
[1] Texto baseado em Pilar Varela - Ansiosa-mente, A Esfera dos Livros
12/11/08
Especuladores
O cidadão comum, em que me incluo, fica perplexo com esta informação.
Os especuladores ? O que são os especuladores ? Quem são estes indivíduos ?
Será um novo grupo social ?
Parece até que se trata de uma coisa nova.
Será que na crise de 29 e em todas as crises não havia especuladores ?
Não sei.
O que sei é que não é uma coisa nova e que sempre houve especuladores, com este ou outro nome.
Lembrei-me de um autor anónimo do século XVII que escreveu sobre a arte de furtar um texto a que chamou: “A ladroeira dos ministros”.
Já naquele tempo, em que ainda andava no ar o cheiro a canela e a pimenta, o autor só podia ser anónimo.
E... Não me venham dizer que isto é demagogia. A situação actual pode provar que não é.
Dizia então esse autor anónimo:
“Olhem para mim todos os ministros de el-rei, que ontem andavam a pé e hoje a cavalo;
Estejam atentos a duas perguntas que lhes faço e respondam-me a elas, se souberem:
- Se os ofícios de vossas mercês dão de si até poderem andar em um macho ou em uma faca, quando muito, e suas mulheres em uma cadeira, como andam vossas mercês em liteiras e elas em coche ? Se a sua mesa se servia muito bem com pratos, saleiro e jarro de louça pintada de Lisboa, como se serve agora em baixelas de prata, salvas de bastiões, confeiteiras de relevo ?
Não me dirão donde vieram tantas colgaduras de damasco e tela, tantos bufetes guarnecidos, escritórios marchetados e com pontas de abada em cima ?
Já que lhes não dá do que dirá a gente, não me dirão onde acharam estes tesouros sem irem à Índia, ou que arte tiveram para medrarem tanto em tão pouco tempo, para que os desculpemos ao menos com a vizinhança ?
Já o sei, sem que mo digam: houveram-se como a raposa no galinheiro em que entraram. Levaram-se não só no necessário senão também no supérfluo. Não se contentam com se verem fartos e cheios como esponjas, querem engordar com acepipes; e por isso lançam o pé além da mão e estendem a mão até o céu e as unhas até o inferno, e metem tudo a saco, quando o ensacam, e são como o fogo que a nada diz – basta!” [1]
Os especuladores não são nem capitalistas nem socialistas, são ladrões.
A diferença é que não têm rosto, não vêm nas listas negras nem vão parar à prisão.
São apenas especuladores.
[1] Antologia do Humor Português
10/11/08
Modelagem
Eu acredito que a verdade e a justiça são fundamentais para a ordem social.
Eu acredito que o amor é a maior coisa do mundo. Só ele pode ultrapassar o ódio.
Que o direito pode ultrapassa o poder.
04/11/08
31/10/08
29/10/08
A creche é tão boa como uma mãe ?
Não é preferível para o desenvolvimento físico, psicológico, social, psicomotor, etc. que o bebé permaneça com um dos pais em casa durante esse período da vida ?
É possível que a creche seja como uma boa mãe para a criança e que a substitua cabalmente ?
Mais do que encontrar uma resposta única, consideramos que o passo mais importante é que a situação escolhida crie conforto a todos: pais e criança. Isto é, que a resposta encontrada seja a mais propícia ao desenvolvimento da criança.
A maioria das crianças dos centros urbanos entra para as creches aos 6 meses de idade aproximadamente, por não terem outra alternativa.
Esta solução permite aos pais continuar na sua carreira profissional, principalmente à mãe.
Muitos pensam mesmo que é a resposta desejável por permitir essa vida profissional.
No entanto, é desejável que a criança possa ficar com a mãe (ou o pai) em casa.
Claro que partimos do princípio de que é fundamental que existam estímulos que promovam o seu desenvolvimento.
Ficar em casa, brincando sozinha e com pouca interacção não é uma boa solução.
Jerome Kagan, em Harvard, investigou o desenvolvimento de crianças cujos pais optaram pela creche em relação a um grupo de crianças que optaram por ficar exclusivamente em casa, procurando saber se havia problemas para o desenvolvimento de um dos grupos em relação ao outro ou, dito de outra forma, se as crianças do grupo da creche não se ressentiam da ausência da mãe.
O resultado dessa investigação veio demonstrar que é possível que a creche dê respostas adequadas desde que o número de técnicos que trabalham com as crianças seja adequado. Isto é, seja em número suficiente, tenha experiência e esteja habilitado técnica e profissionalmente.
Assim, cada empregada era responsável por 3 bebés até aos 15 meses de idade ou responsável por 5 bebés dos 15 meses aos dois anos de idade.
Assim, podemos concluir que não é o simples aumento do número de creches, aumentado o número de vagas que vem resolver o problema.
É preciso que essas respostas sejam de qualidade.
Ora nós sabemos que nem sempre isso acontece.
E por outro lado, não é o facto de haver uma cobertura total que significa que estamos perante uma sociedade desenvolvida e os bebés estão a ser bem tratados.
Diria mesmo que temos que conjugar vários factores para se poder fazer essa avaliação.
Em primeiro lugar, a possibilidade de os pais poderem optar entre a colocação do filho na creche ou poderem ficar com o filho em casa.
Depois, quer num caso quer no outro poderem continuar a ter emprego e a desenvolverem a sua carreira profissional sem ficarem prejudicados pelo facto de serem mães e pais e ficarem com os filhos em casa.
Assim, uma sociedade será tanto mais desenvolvida quanto mais os pais tiverem a possibilidade de poderem optar por ficarem com os filhos em casa mas sem perderem o direito ao emprego e à carreira.
Não basta criar mais creches. É necessário alargar o período de licença de maternidade da mãe para que possamos falar de promoção, protecção e desenvolvimento da criança, num país desenvolvido.
25/10/08
As tácticas dos novos poderes
Não jogar com o baralho todo, deixar enormes lacunas, retirar factos relevantes da informação...
Os pormenores são atenuados através de abstracções ligeiras: tal politico é corrupto mas são todos somos assim não é ?
Os discursos dos políticos são apresentados no último momento para não se poderem fazer grandes alterações. Veja-se o tempo para discussão publica…
16/10/08
Todos iguais todos diferentes
[1] Ministério para a igualdade no II Governo do Engº Guterres.[2] Alberto Pimenta - “Discurso sobre o filho-da-puta”.[3] Orwell – “O triunfo dos porcos”
08/10/08
O destino da lua
A escola educa para a protecção da natureza e ensina a ter comportamentos que se coadunem com a ecologia, a protecção civil, a prevenir os incêndios, os acidentes de viação e a protecção rodoviária, aprendizagem das regras cívicas, dos valores morais e éticos, da cidadania e da participação política, da educação parental, da resolução do absentismo e do abandono, da formação de segunda oportunidade e até profissional …
Remeter para a escola todas as responsabilidades da sociedade e, principalmente, o resultado dos erros dos homens está na ordem do dia, já que remeter para as famílias, mais rapidamente nos atinge também a nós. A escola está perto mas, simultaneamente, está longe de nós, não é responsabilidade nossa, é dos professores, é dos políticos.
Em última análise, a responsabilidade será da sociedade, das condições sociais objectivas … que estão ainda mais longe.
Claro que, se estivéssemos numa sociedade socialista nada seria assim, continuam a dizer alguns, que só por ingenuidade (?) pensam, actualmente, como Jorge Amado há mais de 50 anos que “sonhou" em Capitães da Areia que isso fosse possível.
Por cá tivemos responsáveis políticos, e cito apenas Ana Benavente, que sonhava com uma escola socialista nos anos 70, de que nos dá conta em A escola na sociedade de Classes.
Porém, se quisermos aprofundar o problema da educação, não nos poderemos ficar por estas certezas ou pelas indefinições de outros, os do relativismo moral e que acham que a escola serve para tudo e é o lugar onde tudo é possível.
Hoje a escola parece ser o sítio, onde os “pequenos tecnocratas da mochila”, como diz Eduardo Sá, vão aprender tudo, durante o dia inteiro.
A escola está ao serviço da sociedade. É um instrumento dessa sociedade. E se a sociedade é democrática podemos ter alguma esperança de que eduque cidadãos para se comportarem democraticamente.
A escola está ao serviço das famílias. Mas não pode substituir os contextos familiares nem tomar decisões que competem à família, e à aprendizagem dos mais importantes afectos da vida das crianças.
A escola está ao serviço do indivíduo. E, por isso, compete-lhe o papel de o desenvolver do ponto de vista humano, dando-lhe todas as oportunidades para que possa realizar-se individualmente como pessoa, integrado numa família e numa sociedade.
Esta tarefa é de sempre. Mesmo que se chegue a um modelo que satisfaça a maioria das pessoas é necessário consolidar esse modelo, alimentá-lo, fazê-lo crescer, como acontece com qualquer organismo, ou qualquer sistema.
Esta tarefa implica estabilidade e mudança, simultanea e paradoxalmente. Estabilidade e mudança são as características do desenvolvimento. As mudanças reais e as pseudo mudanças dos últimos anos não conduziram a uma educação para todos nem a um aumento da qualidade da educação em muito devido aos permanentes sobressaltos dos que quiseram e querem realizar mudanças em cima do joelho, obedecendo a lógicas meramente partidárias e esquecendo-se de que a educação é para todas as crianças qualquer que seja o seu contexto social e o seu contexto temporal.
Poderemos ter uma escola da tecnocracia, com computadores, quadros interactivos, programa skool e internet…
A questão é que não há escolas sem professores…
É por isso que a escola pode bem ser considerada como a instituição que, como diz uma velha canção da minha infância, “tem o destino da lua, a todos encanta e não é de ninguém”.
02/10/08
Pensamento mágico
29/09/08
25/09/08
SINAlizações de crianças com NEE
A palavra sinalização significa pôr um sinal como acontece na regulação do trânsito. Porém, às vezes, parece que significa ter uma SINA.
No caso de que quero falar hoje ou é sina ou coincidência…ou algo de mais estruturado…
Periodicamente, assistimos a reduções umas vezes do número de professores de educação especial outras vezes do número de alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE).
É sempre bom lembrar… que em Outubro de 2001 foi feita uma redução (corte) de 46% dos professores de Educação Especial.(correspondente a 2.596 profissionais) 1.
Passou-se depois pela redução dos professores efectivos com a criação do Quadro de Educação Especial.
Este ano, acontece que não são os professores que não são colocados, são os alunos que são excluídos da Educação Especial.
A notícia do Público de 10-9-2008 que cita a Lusa (http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1342311&idCanal=58) vem dar-nos conta de que para o Ministério da educação todos os alunos com necessidades especiais estão sinalizados considerando "absurdo" um estudo da Universidade do Minho, recentemente divulgado.
Para o Ministério da Educação as crianças com necessidades especiais "rondam os 1,8 por cento"2. E quantificou em 55 mil os alunos que estão sinalizados e que precisam de necessidades especiais, de apoio especializado ou de apoio educativo. "É um absurdo estar-se a falar em 100 mil, é um número atirado para o ar", diz o Ministério da Educação.
O professor catedrático que coordena a Área de Educação Especial da Universidade do Minho, Miranda Correia, disse que mais de 100 mil alunos com necessidades especiais estão sem qualquer apoio pedagógico, situação que em muitos casos se transforma em "graves problemas de insucesso escolar".
O número do Ministério da Educação "É um número totalmente abaixo de qualquer estudo internacional", sustenta Miranda Correia que defende situarem-se entre os oito e os 12 por cento os alunos que têm dificuldades de aprendizagem específicas.
Esta divergência vem do facto de se saber se devem ser apoiadas apenas problemáticas de alta-intensidade e baixa-frequência ou também as problemáticas de baixa-intensidade e alta-frequência.
Já aqui dissemos que alta frequência era o novo nome da exclusão. As crianças deste grupo, segundo a actual visão do Ministério da Educação, vão ficar excluídas da Educação Especial.
Como podemos dizer que as dificuldades de aprendizagem não são Necessidades Especiais de Educação? Ou pelo menos algumas Dificuldades de Aprendizagem como as alexias ou dislexias
O mais estranho é que até as crianças com deficiência mental devidamente comprovada ficaram, em muitos casos, excluídas ou para reavaliação. Que adianta explicar o que significa um QI <70 para a aprendizagem?
Se não ouvem as crianças,
Se não querem ouvir os pais das crianças,
Se não ouvem quem está no terreno, professores e técnicos.
Não querem ouvir professores universitários como Miranda Correia, David Rodrigues, médicos pediatras como Luís Borges etc. …
… Só pode ser SINA a situação das crianças com NEE e dos seus pais que nunca mais vêem estabilizada uma área de educação onde as instabilidades são provavelmente mais angustiantes.
Carlos Teixeira
1. Redução de professores no Ensino Especial (2001-10-22)
Este ano lectivo o número de professores colocados no Ensino Especial foi reduzido em 2.596 profissionais.
No corrente ano lectivo foram colocados menos 46% professores de Ensino Especial.
Segundo a Federação Nacional de Professores (FENPROF) foram colocados no apoio educativo 3.412 professores sem formação específica na área do Ensino Especial; por isso, as necessidades nessa área vão ficar por preencher.
Ainda segundo a FENPROF, os professores colocados são destinados a apoiar as crianças deficientes, com permanentes necessidades educativas especiais, ficando as restantes situações de fora.
No passado recente, Teresa Palha, representante da FENPROF, realçou a importância do acompanhamento de alunos com necessidades especiais, com problemas de integração (jovens hemofílicos, seropositivos ou que pertencem a grupos étnicos minoritários) e que necessitam de acompanhamento especializado.
2. “Os alunos com necessidades educativas especiais podem ser distinguidos, levando ainda mais à frente o princípio da diferenciação positiva, entre os que apresentam problemáticas de baixa-intensidade e alta-frequência e os que apresentam problemáticas de alta-intensidade e baixa-frequência.
Se para os primeiros deve ser suficiente uma maior qualidade nas respostas educativas e escolares, no sentido de uma maior flexibilização e diferenciação pedagógica, associadas a medidas como os percursos alternativos e os apoios individualizados, para os outros requerem-se recursos humanos e logísticos mais sofisticados e especializados.
Neste sentido, o actual diploma prevê, além de outras medidas, o desenvolvimento de respostas diferenciadas, levando à criação de escolas de referência nas áreas da cegueira e baixa visão e da surdez, bem como a criação de unidades de apoio especializado para a educação de alunos com perturbações do espectro do autismo ou alunos com multideficiência.
Tal implica um esforço adicional de entidades diversas, que vão das escolas e serviços da educação até às autarquias, à segurança social e às famílias, que em breve deverá produzir um salto qualitativo de grande alcance na resposta a estas problemáticas mais específicas, aquelas que tradicionalmente tendiam a ficar para trás”.
Luís Capucha, Educação Especial, Manual de apoio à Prática, DGIDC, ME, Lisboa, 2008
17/09/08
11/09/08
Filhos preferidos, leis iníquas e comportamentos imorais
05/09/08
Casamento, Família e Sexo
A sexualidade é, segundo esta definição, um elemento fundamental da família. (1)
No comportamento sexual existem actividades reprodutivas e actividades não reprodutivas.
A distinção nem sempre é fácil. E, esse facto, tem dado origem a discussões intermináveis sobre o assunto.
Desmond Morris, no seu livro O Zoo Humano (2), diz que o sexo se tornou “ a mais elaborada das nossas actividades apesar de todos os riscos, e não conta menos de dez categorias principais”:
1. Sexo procriador
2. Sexo acasalador
3. Sexo sustentador do par
4. Sexo fisiológico
5. Sexo exploratório
6. Sexo autogratificante
7. Sexo ocupacional
8. Sexo tranquilizante
9. Sexo comercial
10. Sexo de situação
Remeto os ouvintes para a (re)leitura do livro de Desmond Morris.
Mas vejamos, seguindo o autor, ainda que muito resumidamente, cada uma destas categorias sexuais.
1. Sexo procriador
Para Desmond Morris “não há dúvida de que esta é a função mais básica do comportamento sexual”. Mas também refere que “por vezes tem-se pretendido, erradamente, que é a única função natural e por conseguinte apropriada.” (3)
2. Sexo acasalador
O animal humano é básica e biologicamente uma espécie acasaladora. À medida que se desenvolvem relações emocionais entre um par de companheiros potenciais, elas são favorecidas e fortificadas pelas actividades sexuais.
3. Sexo sustentador do par
Quando um acasalamento se estabeleceu com sucesso, as actividades sexuais ainda funcionam para manter e reforçar os laços
Estas três primeiras categorias constituem, em conjunto, as funções reprodutivas primárias do comportamento sexual humano.
4. Sexo fisiológico
Os adultos saudáveis, machos e fêmeas, têm necessidade fisiológica básica de consumo sexual repetido…
5. Sexo exploratório
Uma vasta gama de variações do tema sexual e … nesta como noutras matérias é grande o poder inventivo do homem.
6. Sexo autogratificante
É diferente do anterior porque aquele tinha uma função exploratória e aqui repetem-se os moldes em que o casal faz “sexo pelo sexo”.
7. Sexo ocupacional
Este é o sexo que funciona como terapêutica ocupacional, como dispositivo contra o tédio…
8. Sexo tranquilizante
Funciona ao contrario do anterior, é um remédio contra o alvoroço, contra o stress…
9. Sexo comercial
Trata-se de uma transacção comercial: um dos comparsas não faz mais do que fornecer ao outro serviço copulatório, em troca de dinheiro ou abrigo….
10. Sexo de situação
Trata-se de aspectos mais complexos da nossa sexualidade, tem a ver com o estatuto e com os papéis da fêmea sexual e do macho sexual…
Desmond Morris dá-nos uma perspectiva biológica das funções sexuais. E segundo esta perspectiva, qualquer pessoa, macho ou fêmea, pode ter vários destes comportamentos sexuais durante a sua vida. E sempre foi assim. Não são comportamentos pré-modernos ou pós-modernos. Existiram desde sempre e partilhamos com outras espécies estas funções do sexo.
Não vale a pena negar que o casamento e a família têm uma função procriadora como também não vale a pena pensar que têm apenas essa função.
[1] Dicionário Temático Larousse, Psicologia, “Família”, Círculo de Leitores, pag. 112
[1] Morris , Desmond – O Zoo Humano, Europa América, pp.91-140
[1] idem , pag. 93
17/08/08
Construir
São de referir as exposições de:
- Lopo Salgueiro - Aguarelas
- Maria d' Acha - Pintura e Jóias
- Paulo Lopo Esteves - Pintura
14/08/08
20/07/08
Educação escolar em casa e socialização
A nossa opinião é a de que nem todas as escolas com menos de 10 alunos deviam fechar. Bem sei que estou a ir contra a corrente… mas não deixa de ser confrangedor assistir ao fecho de tantas escolas sem que se possa enveredar por soluções alternativas…
O que é interessante, é que em 1999, Ana Benavente então Secretária de Estado da Educação, duvidava também desta solução e referia nas Jornadas Pedagógicas do Pinhal “ que o fecho de escolas com menos de 10 alunos nem sempre é uma boa solução. Não é um bom princípio porque terra que perca a escola, nunca mais lá fixa nenhum casal jovem…Há aqui uma articulação necessária entre o desenvolvimento local e todas as questões do desenvolvimento”. [1]
Mas o que se fez? Nada. Continuou a vertigem do encerramento de escolas.
Estou convicto de que pelo menos se impõe fazer algumas perguntas, tendo como pano de fundo o bem-estar das crianças e o seu direito à educação.
- Não poderá haver alternativas ao fecho destas escolas ?
- Não será altura de se pôr em questão este conceito único de escola ?
- Não poderá haver alguma criatividade e inovação por parte dos pais e autarquias, por exemplo, para se encontrarem soluções que beneficiem as crianças ?
A argumentação para o encerramento das escolas não nos satisfaz. Insisto, mais uma vez, neste ponto. Para além de todas as preocupações que os pais levantam, e das respostas que ouvimos, pouco satisfatórias, há uma que merecia uma reflexão. Dizem: a questão é o problema da socialização das crianças.
Mas qual é o número de crianças necessário numa escola para que o processo de socialização das crianças não seja afectado?
É que não é verdade que estas crianças não se socializem.
E também não é verdade que estas crianças tenham piores resultados que as outras. E quando são piores, isso deve-se ao facto de a escola ter poucos alunos?
Estando em causa o processo de socialização, é preciso dizer que estudos, nos Estados Unidos, com adultos que tiveram Educação Escolar em Casa, mostraram:
· Com relação à capacidade dos estudantes universitários de pensar de modo crítico, os pesquisadores não constataram nenhuma diferença importante entre os que se formaram em escolas particulares, escolas públicas e educação escolar no lar.
Hoje, o ensino em casa, ou ensino doméstico, começa a ter expressão em alguns países.
O ensino doméstico também é possível em Portugal, embora seja praticamente desconhecido
Não é, provavelmente, a resposta com mais condições para se desenvolver dado o nível de escolaridade dos pais nas aldeias com estes problemas.
Mas não poderá haver soluções que se enquadrem numa perspectiva comunitária envolvendo os serviços de educação, as autarquias e os pais?
Eu sei que este tema não está na ordem do dia. Mas este é um assunto que é necessário debater na sociedade portuguesa.
Carlos Teixeira
[2] http://www.nheri.org/Facts-on-Homeschooling.html
[1] Reconquista, 7 de Maio de 1999
02/07/08
Porquê a CIF...
O professor James Kauffman diz que "A minha opinião é a de que o uso da CIF na educação especial constituirá um erro sério, mesmo trágico. As definições clínicas/de saúde e as educacionais não são de forma alguma apropriadas para os mesmos processos e profissões". "Penso que as pessoas deste país (Estados Unidos), de um modo geral, concordariam que as definições clínicas/de saúde não são apropriadas para a educação especial. Isto não quer dizer que elas sejam totalmente irrelevantes, mas são em si insuficientes para definir as condições sob as quais a educação especial é necessária."
O professor Daniel Hallahan afirma "Penso que as discapacidades são condições intra-individuais, e que qualquer definição estará incompleta quando não reconhece os efeitos dessas discapacidades na realização educacional."
O professor William Heward diz "Na minha opinião, seria prematuro, no melhor dos sentidos, usar a CIF como base para determinar a elegibilidade para serviços de educação especial, sem que os resultados da investigação demonstrassem que tal mudança poderia afectar os alunos que actualmente estão, ou não, a ser atendidos. Neste momento, não vejo como o seu uso poderá ajudar quer na clarificação do processo de identificação de metas e objectivos para os alunos com NEE quer na solidificação dos serviços de que esses alunos são alvo."
No que respeita aos especialistas envolvidos na adaptação da CIF para crianças e adolescentes, a professora Judith Hollenweger, representante da área de educação na "Rehabilition International" e uma das promotoras do uso da CIF, acha de momento prematura a sua utilização, uma vez que refere que "A CIF não foi criada para substituir outros processos de categorização, como por exemplo o "autismo", mas sim para providenciar informação adicional... Como é usada esta informação adicional e como devem ser elaborados instrumentos práticos que a possam tornar real e aplicável são questões ainda por responder. Se o seu governo está a planear a substituição dos processos actuais de conceitualização das necessidades especiais (discapacidades) no sistema educativo, aconselhá-lo-ia, peremptoriamente, a que se opusesse ".
A professora Barbara LeRoy, vice-presidente da "Rehabilitation International", afirma que "a CIF é na verdade dirigida para a vivência comunitária e categorizações de saúde e não (para) a educação".
O professor Rune Simeonsson, destacado investigador e cientista, bem conhecido no nosso país, diz com alguma estupefacção: "Estou surpreendido por nem eu nem qualquer um dos meus colegas do grupo de trabalho da OMS CIF-CA ter sido convidado para dar sugestões sobre este assunto, mesmo sabendo-se que eu apresentei várias vezes a CIF/CIF-CA em Portugal, incluindo num organismo governamental... Estou muito decepcionado pelo facto de Portugal ser talvez o primeiro país a usar a CIF de uma forma compreensiva, embora ela não tenha sido usada de uma forma correcta."Por último, o professor Peter Evans, responsável pela área da educação especial na OCDE, diz que, "embora tenha acompanhado algum do debate que respeita à CIF, não possuo um conhecimento profundo sobre o que exactamente será proposto na versão destinada às crianças e adolescentes que, penso, será anunciada no final deste ano. Pese embora este constrangimento, não estou seguro de qual o valor que a CIF-CA terá para as crianças. Será com certeza muito orientada para a saúde."
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*Professor Catedrático
Instituto de Estudos da Criança/Universidade do Minho
O texto integral pode ser consultado aqui.
CIF - a mistificação
1 Mild impairment means a problem that is present less than 25% of the time, with an intensity a person can tolerate and which happens rarely over the last 30 days.
2 Moderate impairment means that a problem that is present less than 50% of the time, with an intensity, which is interfering in the persons day to day life and which happens occasionally over the last 30 days.
3 Severe impairment means that a problem that is present more than 50% of the time, with an intensity, which is partially disrupting the persons day to day life and which happens frequently over the last 30 days.
4 Complete impairment means that a problem that is present more than 95% of the time, with an intensity, which is totally disrupting
the persons day to day life and which happens every day over the last 30 days.
8 Not specified means there is insufficient information to specify the severity of the impairment.
9 Not applicable means it is inappropriate to apply a particular code.
26/06/08
Hiperactividade, proactividade, vivacidade
" No campo da Saúde Escolar devemos combater:
... O uso da droga propagada de forma abusiva pelas empresas de produtos farmacêuticos com vista à resolução dos mais variados problemas escolares: de aprendizagem, comportamento, memória, atenção e inteligência".
É um tema de absoluta actualidade.
Relativamente a esta situação, não só não foram ouvidas as palavras de João dos Santos, como tomou proporções alarmantes no dizer de Eduardo Sá.
Eduardo Sá defendeu recentemente [2] que actualmente se vive uma progressiva medicação das crianças que são supostamente hiperactivas. As crianças excessivamente medicadas estão em perigo e deveriam ser protegidas pelas Comissões de Protecção tal como as outras.
Confundir vivacidade com hiperactividade é cada vez mais um hábito na sociedade actual. É necessário estudar este assunto porque o número de crianças que está a ser medicado com ritalina [3]começa a ser alarmante.
Alertou ainda para os possíveis problemas psicológicos que uma criança que tome este medicamento possa vir futuramente a sofrer. Uma criança que tome em doses excessivas Ritalina pode no futuro vir a transformar-se num psicopata.
Temos chamado a atenção para o risco da subjectividade, no diagnóstico de uma perturbação de hiperactividade com défice de atenção (PHDA) ainda que baseado no questionário de Conners. Além disso, temos defendido as estratégias educativas e a psicoterapia em detrimento da medicação.
Se as palavras de João dos Santos não foram ouvidas, hoje, não podemos ignorar as consequências para a saúde física e mental do uso a curto e longo prazo de medicamentos como a ritalina. A lista de problemas é suficientemente grande e assustadora para pensarmos duas vezes antes de nos decidirmos pela medicação.
Se assim não for, há que pensar se não deverá ser considerado um mau trato essa excessiva medicação, como defende Eduardo Sá.
Mas as medidas que têm sido tomadas pela educação também não vieram contribuir para que a situação mude. A este propósito podemos referir as aulas de 90 minutos, o tempo excessivo de permanência na escola e na sala de aula com a chamada escola a tempo inteiro, em que a preocupação foi arranjar às crianças um currículo que os ocupe todo o dia com mais disciplinas, mais tempos de concentração, mesmo que se chamem actividades de enriquecimento curricular (AECs).
A chamada escola a tempo inteiro vista supostamente como uma conquista social, veio introduzir factores perversos, em nosso entender, de que a pouco e pouco vamos percebendo melhor as consequências negativas.
[1] Berge, André e Santos, João dos (1976) – A Higiene Mental na Escola, Livros Horizonte.[2] Jornal do Fundão, 12/6/2008[3] metilfenidato